Contos velhos, rumos novos

A mais preciosa descoberta musical ao longo do ano pode ser encontrada num grupo de seis músicos reunidos na antiga Occitânia (sul de França) que recorre apenas às suas vozes, às suas palmas e a uma percussão crua: San Salvador.

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San Salvador, a mais preciosa descoberta musical do ano KRISTOF GUEZ

É talvez improvável que a mais preciosa descoberta musical ao longo de um ano, dando ouvidos às mais variadas correntes musicais, mais ou menos alimentadas a electricidade, mais ou menos vanguardistas ou desafiadoras na forma como parecem anunciar alguma nova declinação da visão musical do futuro, possa ser encontrada num grupo de seis músicos reunidos na antiga Occitânia (sul de França) que recorre apenas às suas vozes, às suas palmas e a uma percussão crua. Aquilo que acontece depois com os San Salvador é puro encantamento: uma música frenética em que o ritmo é imposto pelas vozes, enleadas num hipnótico redemoinho polifónico, em que as percussões perseguem o canto como podem e e em que toda uma musicalidade fulgurante é extraída do occitano — uma língua hoje guardada apenas pelos mais velhos.

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É talvez improvável que a mais preciosa descoberta musical ao longo de um ano, dando ouvidos às mais variadas correntes musicais, mais ou menos alimentadas a electricidade, mais ou menos vanguardistas ou desafiadoras na forma como parecem anunciar alguma nova declinação da visão musical do futuro, possa ser encontrada num grupo de seis músicos reunidos na antiga Occitânia (sul de França) que recorre apenas às suas vozes, às suas palmas e a uma percussão crua. Aquilo que acontece depois com os San Salvador é puro encantamento: uma música frenética em que o ritmo é imposto pelas vozes, enleadas num hipnótico redemoinho polifónico, em que as percussões perseguem o canto como podem e e em que toda uma musicalidade fulgurante é extraída do occitano — uma língua hoje guardada apenas pelos mais velhos.