Ao único Pai Natal português certificado todos pedem o mesmo: “para acabar com a pandemia”
“O Pai Natal sofre muito com tudo isto”. Carlos Rocha costumava passar o mês a celebrar o Natal com a pequenada pelo país e no Museu do Brincar de Vagos. Ainda não vai ser um Natal “normal” mas, mesmo sem beijinhos e mantendo a distância, este Pai Natal lá vai contornando a pandemia.
Num cenário de normalidade, nesta altura do ano teria grande dificuldade em encontrar vaga na agenda para entrevistas. Andaria de cidade em cidade, de Norte a Sul, desdobrando-se em festas e eventos. Pelo meio, ainda teria que arranjar tempo para assentar arraiais na vila natal Natal(i)a, promovida pelo Museu Brincar, instituição da qual é fundador e director, e o município de Vagos.
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Num cenário de normalidade, nesta altura do ano teria grande dificuldade em encontrar vaga na agenda para entrevistas. Andaria de cidade em cidade, de Norte a Sul, desdobrando-se em festas e eventos. Pelo meio, ainda teria que arranjar tempo para assentar arraiais na vila natal Natal(i)a, promovida pelo Museu Brincar, instituição da qual é fundador e director, e o município de Vagos.
A pandemia veio restringir-lhe os contactos com a pequenada, os abraços e os beijinhos, mas não o afasta da missão da qual está incumbido. O único Pai Natal certificado da Península Ibérica continua adaptar-se às circunstâncias do momento. Mantém a aposta nas videochamadas e, este ano, já teve a oportunidade de participar nalguns pequenos eventos.
“O Pai Natal sofre muito com tudo isto”, começa por confessar Carlos Rocha, mais conhecido por Jackas. Menos mal que “este ano já dá para ver e cumprimentar as crianças ao vivo, ainda que mantendo a distância”, nota o professor e actor certificado pela escola Santa Claus Oath para cumprir o papel de Pai Natal - uma “irmandade internacional de pais Natal de barbas” como já tinha explicado Rocha à Fugas, que inclui um processo de reconhecimento de competências e a realização de um juramento perante cerca de 50 testemunhas.
No dia em que conversou com a Fugas, andava a fazer uma ronda pelas escolas do município de Vagos, atento aos pedidos que os mais novos tinham para lhe apresentar. E o mais curioso, ou talvez não, é que todos lhe têm pedido “para acabar com a pandemia”. “Estão todos cansados destas limitações”, reforça este Pai Natal que exerce funções desde os 18 anos e só corta a barba uma vez por ano e com a lua em quarto crescente.
De gargalhada fácil, 1,90 metros de altura e mais de 100 quilos, sem sequer precisar de usar barriga postiça, num ano ‘normal’ passaria mais de um mês a percorrer o país. Mas este, como sabemos, não é, uma vez mais, um ano ‘normal’.
Por causa das restrições, Jackas e os restantes elementos do Museu do Brincar, viram-se obrigados a cancelar a habitual Natal(i)a – a edição do ano passado também já tinha decorrido exclusivamente em formato online. “Estava tudo preparado, mas a evolução da covid-19 não nos permitia avançar com o evento”, lamenta.
Em alternativa, o Pai Natal irá manter-se pelo Museu do Brincar e continuará a promover as videochamadas para conversar com a pequenada.
As conversas via Zoom podem ser agendadas através da página do Pai Natal de Portugal e têm um custo de 15 (dez minutos) ou 25 euros (20 minutos). Também é possível adquirir um certificado de bom comportamento por 7,5 euros.