Num texto publicado neste jornal, no passado dia 3 de Dezembro, a professora universitária e crítica de arte Ana Teixeira Pinto confessou-se chocada, embora não surpreendida, por Grada Kilomba ter ficado pelo caminho no concurso para a representação portuguesa na Bienal de Veneza. Depois de denunciar um “sistema que recusa reconhecer a forma sistemática como questões de racialização e racismo” determinam este tipo de decisões, Ana Teixeira Pinto sentencia: “a decisão é racista e misógina [...] porque as questões de gosto ou sensibilidade não são subjectivas”. Nas suas palavras, “Grada Kilomba seria, objectivamente, a melhor opção”, afirmação tanto mais extraordinária quanto se segue a considerações acerca do racismo implícito na naturalização do gosto, o mesmo é dizer, na decisão do júri. Ana Teixeira Pinto não se dá conta de que essa afirmação, na realidade todo o seu texto, é um exercício de naturalização da sua opinião?
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Num texto publicado neste jornal, no passado dia 3 de Dezembro, a professora universitária e crítica de arte Ana Teixeira Pinto confessou-se chocada, embora não surpreendida, por Grada Kilomba ter ficado pelo caminho no concurso para a representação portuguesa na Bienal de Veneza. Depois de denunciar um “sistema que recusa reconhecer a forma sistemática como questões de racialização e racismo” determinam este tipo de decisões, Ana Teixeira Pinto sentencia: “a decisão é racista e misógina [...] porque as questões de gosto ou sensibilidade não são subjectivas”. Nas suas palavras, “Grada Kilomba seria, objectivamente, a melhor opção”, afirmação tanto mais extraordinária quanto se segue a considerações acerca do racismo implícito na naturalização do gosto, o mesmo é dizer, na decisão do júri. Ana Teixeira Pinto não se dá conta de que essa afirmação, na realidade todo o seu texto, é um exercício de naturalização da sua opinião?