Como prefere o seu café? Resposta pode ser ditada pelo ADN, diz estudo
A investigação revelou que as pessoas cujos genes apontavam para um metabolismo mais rápido da cafeína eram mais propensas a preferir o sabor e o cheiro do café preto e do chocolate amargo.
Como toma o seu café? A resposta a esta pergunta pode ser ditada pelo seu ADN, aponta um estudo, publicado este mês na Scientific Reports, que se debruçou sobre os marcadores genéticos dos consumidores de café. A investigação revela que as pessoas cujos genes as predispõem a metabolizar a cafeína rapidamente gostam de tomar café puro e preferem o chocolate amargo ao chocolate de leite.
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Como toma o seu café? A resposta a esta pergunta pode ser ditada pelo seu ADN, aponta um estudo, publicado este mês na Scientific Reports, que se debruçou sobre os marcadores genéticos dos consumidores de café. A investigação revela que as pessoas cujos genes as predispõem a metabolizar a cafeína rapidamente gostam de tomar café puro e preferem o chocolate amargo ao chocolate de leite.
Os investigadores analisaram informações genéticas de pessoas que também preencheram inquéritos extensos sobre as suas dietas, incluindo a quantidade de café ou chá que consumiam regularmente, e se usavam açúcar. Analisaram ainda as preferências por sabores amargos, como os encontrados em algumas cervejas e chocolates.
A investigação revelou que as pessoas cujos genes apontavam para um metabolismo mais rápido da cafeína eram mais propensas a preferir o sabor e o cheiro do café preto e do chocolate amargo. No entanto, os metabolizadores da cafeína não tendem a ter as variações genéticas associadas à preferência por sabores amargos.
Então, por que gostam de café preto amargo? O estudo aponta para a percepção do teor de cafeína da bebida quente. Como as pessoas que metabolizam a cafeína vêem os efeitos do café se dissiparem rapidamente, procuram um café que percebam ser o mais forte possível, dizem os investigadores.
“A nossa interpretação é que essas pessoas igualam o amargor natural da cafeína com um efeito de psicoestimulação”, defende Marilyn Cornelis, professora associada de medicina preventiva e nutrição da Universidade Northwestern e principal autora do estudo, num comunicado à imprensa. “As pessoas aprendem a associar o amargo à cafeína e ao impulso que sentem. Portanto, o que observamos é um efeito apreendido. Quando pensam em cafeína, as pessoas pensam num sabor amargo, por isso gostam de café escuro e, da mesma forma, de chocolate amargo.”
Pessoas com um marcador genético associado a uma maior sensibilidade aos efeitos da cafeína relatam menos gosto pelo sabor do café adoçado e não adoçado. Cornelis espera usar as descobertas sobre os marcadores genéticos associados ao consumo de café e chocolate amargo para usar em próximos estudos sobre os benefícios de ambos na saúde.