Nasceu na sede do município, na Guarda, mas foi a aldeia de Maçainhas que a viu crescer e amadurecer. Desde cedo que se habitou a ver as mulheres da aldeia, incluindo a sua mãe, a produzir cobertores de papa, e foi com naturalidade que lhes seguiu as pisadas. Trabalhou numa fábrica têxtil da aldeia durante 26 anos e, quando percebeu que a tradição estava em risco, voltou a fazer-se aos teares e ao pisão, com mais uns quantos habitantes de Maçainhas. Fundaram a associação O Genuíno Cobertor de Papa e não há quem os demova de lutar contra as “imitações” deste produto tradicional da serra, produzido com lã churra. Maria do Céu Reis, 52 anos, assume a presidência e, sempre que é altura de produzir, passa os dias na fábrica. Exactamente nas mesmas instalações onde trabalhou 26 anos. “Esta fábrica [José Freire] tinha encerrado em 2013 e voltou a abrir por causa da nossa associação”, conta-nos, pouco depois de nos abrir as portas do edifício plantado à beira da Estrada Nacional 338.
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