Adeus ao Inimigo
Hoje, publicamos a última edição do Inimigo Público. Anunciamo-lo com o peso da responsabilidade que se manifesta nas escolhas difíceis, reconhecendo que este fim é para nós e para os nossos leitores uma perda
Passaram-se mais de 18 anos desde que o Inimigo Público começou a fazer companhia aos leitores do nosso jornal. Durante esses anos, que correspondem a mais de metade da vida do PÚBLICO, tivemos o privilégio de nos surpreender com a sua irreverência, de nos satisfazer com a sua imaginação ou de nos rir com a sua mordacidade. Hoje, publicamos a última edição do Inimigo Público. Anunciamo-lo com o peso da responsabilidade que se manifesta nas escolhas difíceis, reconhecendo que este fim é para nós e para os nossos leitores uma perda.
A verdade faz-nos mais fortes
Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.
Passaram-se mais de 18 anos desde que o Inimigo Público começou a fazer companhia aos leitores do nosso jornal. Durante esses anos, que correspondem a mais de metade da vida do PÚBLICO, tivemos o privilégio de nos surpreender com a sua irreverência, de nos satisfazer com a sua imaginação ou de nos rir com a sua mordacidade. Hoje, publicamos a última edição do Inimigo Público. Anunciamo-lo com o peso da responsabilidade que se manifesta nas escolhas difíceis, reconhecendo que este fim é para nós e para os nossos leitores uma perda.
É por isso nosso dever justificar este desfecho. Que se deve em primeiro lugar à crise generalizada dos jornais impressos, crise que se agravará drasticamente em 2022 com uma subida esperada de 40% do preço do papel. Sendo impossível garantir a sua sustentabilidade financeira, por falta de investimento publicitário, o Inimigo teria na nossa opinião de se reinventar nos formatos do jornalismo digital. Uma opção que a equipa que o dirige não considerou por razões que consideramos legítimas e que, como tal, merecem a nossa compreensão.
O Inimigo nasceu no PÚBLICO porque só este espaço de pluralismo e liberdade tinha condições para o acolher. Durante 18 anos, a sua extraordinária equipa foi muitas vezes criticada ou pressionada por persistir em analisar a actualidade com cinismo e sarcasmo ou os seus personagens com o sentido de denúncia ou de caricatura. Sempre tiveram das diferentes direcções editoriais apoio e incentivo. O seu director, Luís Pedro Nunes, é um jornalista fundador deste jornal e também isso reforçou o sentido de cumplicidade entre o PÚBLICO e o até agora seu Inimigo.
Na hora da despedida, pedimos a compreensão dos nossos leitores para a inevitabilidade desta decisão difícil. E desejamos à equipa do Inimigo o sucesso que o seu talento e irreverência merecem.