Prémio Chanel Next para Marlene Monteiro Freitas
Júri destaca na bailarina e coreógrafa portuguesa a “presença electrizante e a estética poderosa influenciada pela tradição carnavalesca da sua ilha natal”. Distinção, com um valor pecuniário de cem mil euros, visa “apoiar uma nova geração de artistas emergentes de vanguarda no desenvolvimento de ideias visionárias, testar novas formas de criação e de colaboração interdisciplinar”.
A bailarina e coreógrafa Marlene Monteiro Freitas (Mindelo, Cabo Verde, 1979) somou esta semana mais um prémio, a juntar ao Leão de Prata da Bienal de Veneza que lhe foi atribuído em 2018. Destacando a “sua presença electrizante e a estética poderosa influenciada pela tradição carnavalesca da sua ilha natal”, o júri do Chanel Next Prize entregou-lhe um dos prémios da primeira edição da bienal homónima, no valor de cem mil euros.
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A bailarina e coreógrafa Marlene Monteiro Freitas (Mindelo, Cabo Verde, 1979) somou esta semana mais um prémio, a juntar ao Leão de Prata da Bienal de Veneza que lhe foi atribuído em 2018. Destacando a “sua presença electrizante e a estética poderosa influenciada pela tradição carnavalesca da sua ilha natal”, o júri do Chanel Next Prize entregou-lhe um dos prémios da primeira edição da bienal homónima, no valor de cem mil euros.
“Monteiro Freitas centra o seu trabalho em torno dos temas da abertura, da impureza e da intensidade, dando forma a gestos e palavras que são difíceis de exprimir e forçando o seu público a olhar para as coisas de outro modo. O seu trabalho explora a metamorfose e a deformação, e confronta os espectadores com o paradoxo das suas múltiplas identidades”, argumentou ainda o júri constituído pelo arquitecto David Adjaye, autor (entre outros projectos, nos quais chegou a estar incluído o nunca concretizado Africa.cont, em Lisboa) do Smithsonian National Museum of African American History and Culture, em Washington), pela actriz Tilda Swinton, e pela artista multimédia Cao Fei.
Radicada em Lisboa, onde iniciou os seus estudos na Escola Superior de Dança e co-fundou a estrutura de produção P.OR.K, Marlene Monteiro Freitas é desde há já alguns anos um dos nomes mais internacionalmente aclamados da dança portuguesa. Entre as suas peças contam-se Primeira Impressão (2005), Larvar (2006), A Improbabilidade da Certeza (2006), A Seriedade do Animal (2009-10), Guintche (2010), (M)imosa, com Trajal Harrell, François Chaignaud e Cecilia Bengolea (2011), Paraíso – colecção privada (2012), de marfim e carne – as estátuas também sofrem (2014), Jaguar (2015), Bacantes – Prelúdio para uma Purga (2017), Canine Jaunâtre 3 (2018), Cattivo (2019) e Mal – Embriaguez Divina (2020). Sensual e sincrética, excessiva e heterodoxa, selvagem e transformista, a sua obra tem revelado um imaginário singular e prodigioso que já conquistou um lugar cativo em programações de referência de toda a Europa.
Enquadrada no Chanel Culture Fund e no portfólio de mecenato cultural da marca Chanel, a bienal Chanel Next Prize distinguiu ainda, nesta sua edição de estreia, o cineasta e produtor chinês Wang Bing; a artista e poeta não-binária nigeriano-britânica Precious Okoyomon; o compositor sul-coreano Jung Jae-il, autor da banda-sonora da série The Squid Game, bem como da partitura musical de filmes de Bong Joon-ho como Okja e Parasitas; o também coreógrafo londrino Botis Seva; a encenadora alemã Marie Schleef; o colectivo Keiken; o designer de videojogos sudanês Lual Mayen; e os cineastas Rungano Nyoni (zambiana) e Eduardo Williams (argentino).
Com este prémio de periodicidade bienal lançado em 2021, a Chanel pretende “catalisar a inovação nas artes e na cultura”, fornecendo a “uma geração emergente de criadores dispostos a arriscar” os recursos adequados a aventurarem-se “em projectos ambiciosos”, “experimentando ideias visionárias, testando novas formas de criação artística e de colaboração transdisciplinar”. Além do prémio pecuniário de cem mil euros, é dado a cada um dos dez vencedores “acesso a programas de mentoria e a oportunidades de networking” para que possam “aprofundar o impacto do seu trabalho pioneiro”, informa a marca.
De acordo com o regulamento deste prémio que a Chanel enfatiza ser “verdadeiramente global”, os artistas são nomeados anonimamente por um conselho consultivo composto por 25 “líderes artísticos e culturais” de todo o mundo, representando diversas disciplinas.
Os prémios serão entregues em Veneza, em data a fixar.