Chanel tem nova CEO, uma estranha no mundo da moda. Chama-se Leena Nair

Aos 52 anos, a executiva de nacionalidade indiana transita da gigante de bens de consumo Unilever para a liderança de uma das mais reputadas casas de moda francesa.

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Leena Nair tem 52 anos e é de nacionalidade indiana INSTAGRAM/Leena Nair

O mundo da moda era até agora desconhecido para Leena Nair, escolhida para CEO da marca de luxo Chanel. Aos 52 anos, a executiva de nacionalidade indiana, transita da gigante de bens de consumo Unilever para a liderança de uma das mais reputadas casas de moda francesa, uma vaga em aberto desde que a norte-americana Maureen Chiquet abandonou o cargo em 2016.

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O mundo da moda era até agora desconhecido para Leena Nair, escolhida para CEO da marca de luxo Chanel. Aos 52 anos, a executiva de nacionalidade indiana, transita da gigante de bens de consumo Unilever para a liderança de uma das mais reputadas casas de moda francesa, uma vaga em aberto desde que a norte-americana Maureen Chiquet abandonou o cargo em 2016.

Durante 30 anos, Nair esteve na Unilever onde foi progredindo de estagiária na fábrica até se tornar a primeira mulher a comandar os recursos humanos da multinacional. Ocupava também a posição de membro no comité executivo. Assumir o cargo de CEO na Chanel é um grande salto para a executiva que esteve sempre ligada aos bens de consumo.

Na sua conta de Twitter, Leena Nair reagiu à notícia e aproveitou para a agradecer à empresa britânica, pelas “oportunidades de aprendizagem e crescimento” e por ter permitido que “contribuísse para uma organização guiada por um propósito”. “Estou muito grata e honrada por ser apontada directora-executiva global da Chanel, uma companhia icónica e admirada”, escreveu, aproveitando para elogiar a “liberdade de criação” da marca de luxo.

Em comunicado, a Chanel recorda que Leena Nair supervisionava na Unilever mais de 150 mil pessoas e que essa experiência irá assegurar “sucesso a longo prazo enquanto empresa privada”, refere em comunicado divulgado nesta terça-feira. A indiana dará início às novas funções no final de Janeiro, a partir de Londres. A contratação enquadra-se no esforço que o mundo da moda tem feito para assumir uma abordagem mais inclusiva. A executiva distinguiu-se nos últimos anos, de acordo com a revista Harper’s Bazaar, por ter conseguido que a Unilever chegasse à paridade de género nos cargos globais de chefia.

Na indústria da moda não é comum ser alguém de fora do meio a assumir a posição de CEO — por exemplo, Domenico Sole trabalhou durante vários anos na Gucci antes de assumir o cargo, função que agora ocupa na Tom Ford; e a italiana Francesca Bellettini, CEO da Yves Saint Laurent, passou antes por várias marcas de luxo, como a Prada e a Bottega Veneta.

A CEO anterior da Chanel, Maureen Chiquet, ocupou o cargo durante nove anos, até ao início de 2016, mas só agora foi substituída. No mesmo comunicado, onde anuncia a contratação de Leena Nair, a Chanel informa que será o multimilionário Alain Wertheimer, de 73 anos — um dos donos da casa francesa, que detém com o irmão Gerard Wertheimer — a ocupar a posição de presidente-executivo global da empresa.

A escolha de Nair é incomum sobretudo por se tratar da Chanel, controlada por uma família e que tem defendido “com unhas e dentes” a sua independência dos conglomerados da moda de luxo. Embora as vendas tenham caído 17,6% no ano passado, a margem de lucro foi de cerca de 20%, de acordo com os analistas, o que a torna uma das empresas mais rentáveis do sector, avaliada em 280 mil milhões de euros. Em Junho, a empresa disse esperar que as receitas de 2021 aumentem em dois dígitos, em comparação com os seus níveis pré-pandémicos de 2019. Nos últimos meses, o preço da pequena mala clássica Chanel subiu 16%, custando agora 7300 euros.

A Chanel foi fundada em 1910 pela lenda Gabrielle “Coco” Chanel. A marca começou como uma pequena boutique de chapéus na Rue Cambon, em Paris. Hoje é das mais admiradas pelos apaixonados de moda, conhecida pelos fatos em tweed, as icónicas (e valiosas) bolsas 2.55 e o perfume Chanel No.5.