Ministros da UE repetem aviso à Rússia sobre “custos” e “consequências” de agressão à Ucrânia

Os 27 acertaram a sua posição para o caso de terem de agir em resposta a uma manobra militar russa. “A nossa resposta acentuará o isolamento político da Rússia e inflingirá danos económicos”, garantiu Augusto Santos Silva.

Foto
Augusto Santos Silva, à direita, com o ministro dos Negócios Estrangeiros francês, Jean-Yves Le Drian, no começo da reunião desta segunda-feira OLIVIER HOSLET/EPA

O Alto Representante da União Europeia para a Política Externa e de Segurança, Josep Borrell, e os ministros dos Negócios Estrangeiros dos 27 reforçaram, esta segunda-feira, o aviso à Rússia sobre os os “custos” e as “consequências” de uma agressão à Ucrânia que foi deixado nos últimos dias, após as reuniões dos aliados da NATO e dos membros do G7.

A verdade faz-nos mais fortes

Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.

O Alto Representante da União Europeia para a Política Externa e de Segurança, Josep Borrell, e os ministros dos Negócios Estrangeiros dos 27 reforçaram, esta segunda-feira, o aviso à Rússia sobre os os “custos” e as “consequências” de uma agressão à Ucrânia que foi deixado nos últimos dias, após as reuniões dos aliados da NATO e dos membros do G7.

“O aviso é muito simples. Qualquer acção da Federação Russa que signifique uma nova violação da soberania e da integridade territorial da Ucrânia terá uma resposta muito dura da UE, em termos de sanções políticas e económicas”, recordou o ministro dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva.

Os últimos desenvolvimentos na região da fronteira com a Ucrânia, onde se tem estado a verificar um reforço considerável do dispositivo militar russo, foram um dos tópicos na agenda da última reunião do Conselho de Negócios Estrangeiros da UE de 2021. “Não podíamos ignorar estas movimentações na região da fronteira, com um aumento injustificado das tropas do lado da Rússia”, justificou Santos Silva, que confirmou a mensagem pública do chefe da diplomacia europeia relativamente à coordenação de esforços diplomáticos entre a UE e outros parceiros ocidentais, nomeadamente os Estados Unidos da América.

“Esta é uma daquelas situações em que ficamos à espera do melhor enquanto nos preparamos para o pior”, admitiu Borrell, sublinhando que o objectivo é evitar a ocorrência de qualquer acção militar que, “uma vez em curso, será muito difícil de travar”. “Para já estamos a falar em dissuadir e em deter”, acrescentou.

Na reunião desta segunda-feira, não estava previsto os ministros tomarem decisões sobre medidas concretas contra Moscovo na eventualidade de uma invasão da Ucrânia — num outro ponto da ordem de trabalhos, os representantes dos Estados-membros deram luz verde às sanções que já tinham sido preparadas contra oito dirigentes do grupo Wagner, e três companhias associadas a esta organização russa, que segundo Bruxelas estão envolvidas em actividades híbridas e abusos dos direitos humanos em países como a Síria, Líbia, República Centro Africana, Sudão e Moçambique.

Mas mesmo sem terem na agenda propostas concretas para novas acções punitivas contra Moscovo no quadro da crise na fronteira da Ucrânia, os 27 já acertaram agulhas para uma reacção rápida, se for caso disso. “A nossa resposta não só acentuará o isolamento político da Rússia em relação à Europa, como infligirá danos económicos”, garantiu Augusto Santos Silva.