“Senti-me como que congelada”, lembrou a quarta testemunha no julgamento de Ghislaine Maxwell

Annie Farmer, até agora a única a testemunhar sem pseudónimo, disse que tinha 16 anos quando visitou Epstein num rancho do Novo México, na Primavera de 1996.

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Annie Farmer é, até agora, a única mulher a testemunhar sem pseudónimo Reuters/JANE ROSENBERG

Depois de um intervalo forçado de um dia, por conta de uma doença não especificada de um dos advogados, o julgamento de Ghislaine Maxwell voltou ao tribunal, com o testemunho de uma quarta mulher que acusa a socialite britânica de cumplicidade nos abusos sexuais de Jeffrey Epstein.

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Depois de um intervalo forçado de um dia, por conta de uma doença não especificada de um dos advogados, o julgamento de Ghislaine Maxwell voltou ao tribunal, com o testemunho de uma quarta mulher que acusa a socialite britânica de cumplicidade nos abusos sexuais de Jeffrey Epstein.

Annie Farmer, até agora a única a testemunhar sem pseudónimo, disse que tinha 16 anos quando visitou Epstein num rancho do Novo México, na Primavera de 1996. E, como o envolvimento ocorreu naquele estado, a juíza avisou o júri que o caso deve ser lido à luz das leis que aí vigoram, não estando em julgamento e servindo apenas, tal como o depoimento da testemunha Kate, para expor um padrão de comportamento de Ghislaine Maxwell.

A testemunha desta sexta-feira adiantou que aceitou estar perto de Epstein por acreditar que ele a ajudaria a pagar os seus estudos universitários, mas que — e apesar de o magnata já lhe ter segurado na mão num encontro anterior — confiava que a presença de Ghislaine no rancho fosse dissuasora de qualquer ideia sexual que o homem poderia ter sobre si.

No entanto, durante a estada no rancho, Annie concordou em receber uma massagem de Maxwell, durante a qual afirma que a mulher apalpou os seus seios. Além disso, disse, a porta estava aberta e, embora não tenha visto Epstein durante o encontro, suspeitou de que ele poderia estar a vê-las. “Tinha a sensação de que ele me podia ver (...) Eu só queria sair da mesa [de massagem].”

Mais tarde, a testemunha recordou que estava na cama quando Epstein abriu a porta do seu quarto e disse-lhe que a queria “acariciar”. Depois entrou na cama e “pressionou o seu corpo”. “Senti-me como que congelada”, declarou. Nessa altura, disse que tinha de usar a casa de banho, que descreveu como uma “desculpa” para se afastar de Epstein.

Ghislaine Maxwell, de 59 anos, é acusada de recrutar e aliciar quatro raparigas menores de idade, vítimas de abusos cometidos por Epstein, entre 1994 e 2004, e enfrenta, entre outras, oito acusações de tráfico sexual. A socialite declarou-se inocente. Os seus advogados argumentam que Maxwell está a ser usada como bode expiatório desde a morte de Epstein, que se suicidou, quando estava detido por abusos sexuais, em Agosto de 2019.