Há 49 casos associados à variante Ómicron em Portugal. Incidência da covid-19 com tendência “fortemente crescente”
Dos 49 casos detectados, 80% são do sexo masculino e a média das idades foi de 35 anos. DGS e INSA dizem, no relatório das Linhas Vermelhas, que casos foram assintomáticos ou apresentaram sintomas ligeiros. Mas realçam a “necessidade de reforçar a vigilância epidemiológica”. Incidência aumentou em todas as regiões, menos no Alentejo.
Existem, até à data, 49 casos associados à variante Ómicron em Portugal, revela o relatório das Linhas Vermelhas, elaborado pela Direcção-Geral da Saúde (DGS) e pelo Instituto de Saúde Dr. Ricardo Jorge (INSA), que foi divulgado na noite desta sexta-feira.
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Existem, até à data, 49 casos associados à variante Ómicron em Portugal, revela o relatório das Linhas Vermelhas, elaborado pela Direcção-Geral da Saúde (DGS) e pelo Instituto de Saúde Dr. Ricardo Jorge (INSA), que foi divulgado na noite desta sexta-feira.
Na última actualização, feita na terça-feira, o número total de casos identificados era de 37. A Ómicron, que foi recentemente identificada em países da África Austral, já foi, entretanto, detectada em quase 40 países à escala global.
Sobre os 49 casos detectados até à data, é dito que 39 (80%) foram do sexo masculino e a média das idades foi de 35 anos (variou entre 3 e 73 anos). Até agora, são casos assintomáticos ou que apresentaram sintomas ligeiros — e nenhuma destas infecções resultou em internamento ou morte.
“A emergência de uma nova variante de preocupação (Ómicron) e o aproximar da época festiva suporta a necessidade de reforçar a vigilância epidemiológica, virológica e do controlo de fronteiras em Portugal, até serem conhecidas mais informações”, avisam as autoridades.
Incidência com tendência “fortemente crescente"
Como já é habitual, o relatório apresenta uma análise de vários indicadores no que toca à evolução da pandemia em Portugal. É dito que, a incidência a 14 dias da covid-19 (número de casos por 100 mil habitantes) é de 466 casos, o que representa “uma tendência fortemente crescente”.
A incidência aumentou em todas as regiões do país, à excepção do Alentejo. “Todas as regiões apresentam incidências acima do limiar de 240 casos por 100 mil habitantes e, no caso das regiões do Algarve e do Centro, continuou a ser também ultrapassado o limiar de 480 casos”, dizem INSA e DGS. No Norte há 416 casos por 100 mil habitantes, no Centro são 676, em Lisboa e Vale do Tejo 413, no Alentejo há 300 infecções e no Algarve, a região onde a incidência é mais elevada, 838 casos por 100 mil habitantes.
Sabe-se ainda que há uma tendência crescente da incidência nos grupos etários abaixo dos 70 anos e que o grupo etário com incidência mais elevada é o das crianças com menos de 10 anos (690 casos por 100 mil habitantes).
Ao contrário da incidência, o R(t) (o índice de transmissibilidade, que mede o número de casos positivo a que uma pessoa infectada dá origem) está em queda em todas as regiões, mas continua acima de 1 em quase todas. No Norte passou de 1,17 para 1,13; no Centro de 1,17 para 1,13; em Lisboa e Vale do Tejo passou de 1,11 para 1,09, no Alentejo passou de 1,09 para 0,97, e no Algarve passou de 1,11 para 1,08.
Cuidados intensivos com 56% da ocupação
No que toca ao número de doentes internados em unidades de cuidados intensivos, o relatório refere que, na quarta-feira, necessitavam destes cuidados 142 pessoas, o que corresponde a 56% (um subida de 6% em relação à semana anterior) do limiar definido como crítico de 255 camas ocupadas.
As regiões do Centro e do Norte têm uma ocupação acima do limiar de 66%, o que se “traduz numa ocupação moderada”. A região do Algarve atingiu o limiar de alerta de ocupação em UCI e tem 23 camas ocupadas. Este nível de alerta corresponde a 75% do número de camas disponíveis para doentes covid-19 em medicina intensiva. Lisboa e Vale do Tejo tem 37 de 103 camas ocupadas e o Alentejo três de 20.
“O grupo etário com o maior número de casos internados em UCI é o dos 60 aos 79 anos (92 casos) e observa-se uma tendência crescente a partir das primeiras semanas de Outubro. Nas últimas semanas, o grupo etário dos 40-59 anos apresenta também tendência crescente”, lê-se no relatório.
Mortalidade a subir e mais testes à covid-19
É ainda dito que, no início de Dezembro, a mortalidade específica por covid-19 registou um valor de 21,8 óbitos em 14 dias por milhão de habitantes, o que corresponde a “um aumento de 28% relativamente à semana anterior e a uma tendência crescente”. Este valor é superior ao limiar de 20 óbitos definido pelo Centro Europeu de Controlo de Doenças (ECDC).
“Tendo em conta, quer os limiares do ECDC, quer os limiares nacionais, consideramos existir um impacto elevado da epidemia na mortalidade”, concluem as autoridades. “A análise dos diferentes indicadores revela uma actividade epidémica de intensidade elevada, com tendência fortemente crescente a nível nacional. A pressão nos serviços de saúde e o impacto na mortalidade são elevados, e com tendência crescente, revelando assimetrias regionais”.
O relatório revela ainda que o total de testes realizados nos últimos sete dias foi de 831 mil (552 mil na semana anterior), mas é sublinhado que “importa interpretar esta informação tendo em conta as novas recomendações de testagem” e o regresso dos testes comparticipados pelos Estado.