Líder do CDS critica direcção do PSD de afastar o partido de uma coligação para as legislativas

Francisco Rodrigues dos Santos deixa avisos a Rio, afirmando que “um voto no CDS não servirá para um bloco central”.

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Francisco Rodrigues do Santos reage com ressentimento à decisão de o PSD ir sózinho a votos nas legsialtivas LUSA/TIAGO PETINGA

Francisco Rodrigues dos Santos não gostou da decisão da direcção nacional do PSD de excluir o CDS-PP de uma coligação pré-eleitoral para as eleições legislativas de 30 Janeiro e avisou Rui Rio de que “um voto no CDS não servirá para formar um bloco central, nem para viabilizar nenhum arranjinho com a esquerda”.

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Francisco Rodrigues dos Santos não gostou da decisão da direcção nacional do PSD de excluir o CDS-PP de uma coligação pré-eleitoral para as eleições legislativas de 30 Janeiro e avisou Rui Rio de que “um voto no CDS não servirá para formar um bloco central, nem para viabilizar nenhum arranjinho com a esquerda”.

O líder do CDS-PP reagiu à decisão dos sociais-democratas – tomada na terça-feira em reunião da comissão política nacional – através da sua conta pessoal no Facebook onde escreveu que o PSD está mais próximo de António Costa do que de Sá Carneiro. “O PSD decidiu estar mais próximo de António Costa do que de Sá Carneiro. Podendo escolher a Aliança Democrática, recusou-a”, afirma Francisco Rodrigues dos Santos que viu goradas as expectativas de fazer parte de uma coligação com o seu parceiro de sempre nas próximas eleições legislativas antecipadas.

“Respeito a estratégia e saúdo a clarificação. É uma oportunidade para o CDS afirmar a única alternativa de direita responsável, aberta a todos os portugueses que querem derrotar o PS”, escreveu o líder do partido.

Em finais de Novembro, o presidente do CDS-PP considerou possível uma coligação pré-eleitoral com o PSD para as eleições legislativas, afirmando que essa é uma hipótese que está “em cima da mesa” independentemente de quem seja eleito líder social-democrata. Em declarações aos jornalistas, antes do conselho nacional de 26 de Novembro, que decorreu por videoconferência, Francisco Rodrigues dos Santos afirmou que aguardaria “serenamente até haver uma clarificação” quanto ao novo presidente do PSD, mas apontou que o candidato Paulo Rangel "disse que por princípio defendia uma candidatura autónoma do PSD, mas não excluiu liminarmente a possibilidade de haver uma coligação pré-eleitoral”.

Recém-eleito presidente do PSD nas eleições directas que disputou com Paulo Rangel,  Rio justificou a decisão de não ir a votos com o seu parceiro de sempre, afirmando: “A CPN considera mais vantajoso para o PSD ir sozinho, consegue melhor resultado indo sozinho, acreditando que o CDS consegue sozinho também um resultado agradável, que é esse o nosso desejo também”, afirmou, rejeitando a ideia de ter votado vencido já que não se realizou qualquer votação. 

Por outro lado, o líder do PSD acreditava que a coligação com o CDS permitiria salvar os centristas da irrelevância parlamentar ao mesmo tempo que podia estancar o crescimento do Chega, o que poderia vir a ser benéfico para a democracia e para o partido. Mas houve quem apontasse riscos para o PSD por causa das leituras políticas que essa aliança podia suscitar, nomeadamente uma contradição entre o discurso de centrar o partido e uma colagem a um partido de direita. A questão era também como é que isto se compaginava com a intenção de Rui Rio de viabilizar um eventual Governo do PS nos dois primeiros orçamentos.