Universidade do Porto desenvolve soalho flutuante com resíduos florestais
O Laboratório de Ambiente da Faculdade de Ciências da Universidade do Porto criou a fórmula para um piso feito a partir de biomassa, a pedido de uma empresa da Póvoa do Lanhoso.
O Laboratório de Ambiente da Faculdade de Ciências da Universidade do Porto criou uma “receita” de soalho flutuante através de resíduos da limpeza das florestas, valorizando estes materiais que aumentam o risco de incêndios florestais.
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O Laboratório de Ambiente da Faculdade de Ciências da Universidade do Porto criou uma “receita” de soalho flutuante através de resíduos da limpeza das florestas, valorizando estes materiais que aumentam o risco de incêndios florestais.
A fórmula foi criada por encomenda de uma empresa da Póvoa do Lanhoso, no distrito de Braga, que irá agora ampliar a sua produção a grande escala e comercializar este piso sustentável.
Esta inovação irá permitir “usar o que se obtém da limpeza das florestas para criar estes aglomerados”, explica Joaquim Esteves Silva, docente do Departamento de Geociências, Ambiente e Ordenamento do Território (DGAOT) da Faculdade de Ciências da Universidade do Porto, citado em nota de imprensa enviada à Lusa.
O responsável pelo trabalho de Investigação e Desenvolvimento Tecnológico Greenwood Composite destaca ainda que se está “a criar um produto sustentável e a contribuir para a descarbonização”, ao utilizar materiais que aumentam “o risco de incêndio florestal” e que se podem “decompor em dióxido de carbono”.
A empresa realça na sua página que “a comercialização de novos aglomerados de madeira provenientes da biomassa florestal portuguesa” permitirá “valorizar as vendas”, e contribuirá “também para a economia nacional, importando menos madeira e seus derivados, e consequentemente para a economia europeia”, porque se “pretende produzir um novo produto com aplicações diversas, como os revestimentos de paredes, pavimentos, mobiliário, decoração, etc”.
O processo para chegar até ao produto final passa por extrair a água do material recolhido, que, “depois de seco e moído, vai a uma prensa e é utilizada uma cola aglomerante, detalha o investigador.
Este projecto foi financiado pelo programa Portugal 2020 e é já a segunda parceria entre esta empresa e a Faculdade de Ciências do Porto, que produziu madeira que brilha no escuro, introduzindo materiais fosforescentes.