PAN admite integrar futuro Governo mas avisa que vai exigir mais

No seu discurso inicial, que durou cerca de 25 minutos - em que enumerou as principais medidas que o PAN conseguiu negociar no âmbito dos orçamentos da legislatura passada -, Inês de Sousa Real definiu a sua força política como uma “alternativa progressista, feminista, ambientalista e animalista”, mas também “construtiva, responsável e capaz de fazer pontes” no parlamento.

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Inês Sousa Real é a porta-voz do PAN LUSA/MANUEL DE ALMEIDA

A porta-voz do PAN admitiu esta quarta-feira a possibilidade de integrar o próximo Governo, recusou-se a fazer para já distinções entre PS e PSD, mas avisou que vai exigir mais nas causas animal, ambiental e de justiça social.

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A porta-voz do PAN admitiu esta quarta-feira a possibilidade de integrar o próximo Governo, recusou-se a fazer para já distinções entre PS e PSD, mas avisou que vai exigir mais nas causas animal, ambiental e de justiça social.

Estas posições foram transmitidas por Inês Sousa Real, durante uma sessão em Monsanto, concelho de Lisboa, que se destinou a apresentar os cabeças de lista e o programa do partido às próximas eleições legislativas.

Logo no seu discurso inicial, que durou cerca de 25 minutos - em que enumerou as principais medidas que o PAN conseguiu negociar no âmbito dos orçamentos da legislatura passada -, Inês de Sousa Real definiu a sua força política como uma “alternativa progressista, feminista, ambientalista e animalista”, mas também “construtiva, responsável e capaz de fazer pontes” no parlamento.

Depois, perante os jornalistas, assumiu como objectivos em relação às eleições legislativas de 30 de Janeiro o crescimento da representação da bancada, tendo como fasquia mínima a eleição de quatro deputados, tal como no ato eleitoral de Outubro de 2019.

Questionada se o PAN terá maior facilidade em entender-se com o PS ou com o PSD a seguir às próximas eleições, a porta-voz deste partido alegou que “há causas transversais, embora, infelizmente, não seja isso a que o país tem assistido”.

“Depois das eleições, será fundamental percebermos quem está disponível para se aproximar e se comprometer com causas do PAN. Estar na oposição não é apenas votar contra. Estar na oposição e não ser partido do Governo significa também conseguir consagrar as medidas que formam o nosso programa eleitoral. É para isso que as pessoas nos elegem”, argumentou.

 Neste ponto, Inês Sousa Real assinalou também que “o PAN não tem nem compromissos nem estigmas do ponto de vista ideológico, razão pela qual não se revê na dicotomia esquerda e direita”.

“Pautamo-nos por valores e por causas. Não se trata da esquerda e da direita, do PS ou do PSD, mas sim das nossas causas e valores”, frisou, antes de se referir a um cenário em que o PAN integre o próximo executivo.

“Nunca rejeitámos essa possibilidade. Aliás, esta direcção do PAN, com a sua moção global de estratégia, assumiu sempre a responsabilidade de dizer presente, se essa for a vontade dos portugueses. Faremos a nossa avaliação da capacidade de compromisso das diferentes forças políticas. Em primeiro lugar, estão as nossas causas. Teremos de ver qual a forma de as fazer avançar melhor, estando ou não no Governo, estando ou não com responsabilidades acrescidas”, justificou.

O PAN escolheu a sua porta-voz, Inês de Sousa Real, para encabeçar a lista de candidatos no círculo de Lisboa e colocou entre os principais objetivos “resgatar” a eleição de um deputado em Setúbal. Nas eleições legislativas de 2019, o PAN elegeu quatro deputados no total, entre eles Cristina Rodrigues em Setúbal.

Durante a legislatura, porém, Cristina Rodrigues rompeu com o partido, então ainda com André Silva no cargo de porta-voz, e passou à condição de deputada não inscrita na Assembleia da República. “Vamos resgatar Setúbal”, declarou Inês de Sousa Real quando apresentou o cabeça de lista pelo seu partido neste círculo eleitoral, que será Vítor Pinto.

No Porto, círculo em que também conseguiu eleger um deputado nas eleições legislativas de 2019, o PAN optou por voltar a candidatar Bebiana Cunha. Também sem surpresa, Inês de Sousa Real é a “número um” do partido por Lisboa.

Em relação às legislativas de 30 de janeiro, o objetivo político assumido pelo PAN é conseguir mais do que os quatro mandatos alcançados em 2019, sendo a fasquia mínima a manutenção dos quatro eleitos no último ato eleitoral.

Além de Lisboa, Porto e Setúbal, o PAN escolheu os seguintes cabeças de lista: Rui Alvarenga (Aveiro), Luís Vicente (Beja), Rafael Pinto (Braga), Octávio Pires (Bragança), Amália Cardoso (Castelo Branco), João Pedro Costa (Coimbra), Ana Poeta (Faro), Liliana Vieira (Leiria), Jorge Alcobia (Portalegre), Joaquim Sousa (Madeira), Miguel Queirós (Viana do Castelo), José Castro (Vila Real) e Carolina Almeida (Viseu).