Novas notas do euro vão contar com o apoio da investigadora Elvira Fortunato

Vice-reitora da Universidade Nova de Lisboa é uma das personalidades cuja missão é a de “propor uma lista de potenciais temas e sugerir motivos a incluir numa nova série de notas de euro”. Decisão final caberá ao BCE até 2024, depois de uma consulta aos cidadãos.

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Elvira Fortunato é vice-reitora da Universidade Nova de Lisboa, onde coordena a área de investigação Nuno Ferreira Santos

A nova série de notas de euro que está a ser preparada vai contar com o contributo de representantes dos vários países da moeda única, tendo a escolha de Portugal sido a professora e investigadora Elvira Fortunato.

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A nova série de notas de euro que está a ser preparada vai contar com o contributo de representantes dos vários países da moeda única, tendo a escolha de Portugal sido a professora e investigadora Elvira Fortunato.

De acordo com o comunicado do Banco de Portugal disponibilizado esta segunda-feira, Elvira Fortunato, vice-reitora da Universidade Nova de Lisboa, onde coordena a área de investigação “é um dos 19 membros oriundos de todos os países da área do euro que participam no Theme Advisory Group”, criado pelo Banco Central Europeu (BCE).

Este grupo, explica o Banco de Portugal, reúne especialistas de vários sectores e terá como missão “propor uma lista de potenciais temas e sugerir motivos a incluir numa nova série de notas de euro”, bem como “elaborar uma narrativa para os temas que forem seleccionados para a produção e emissão desta terceira série de notas de euro, com base em resultados de inquéritos a realizar junto do público”.

No caso concreto de Elvira Fortunato, a sua escolha teve por base o seu currículo académico e “o trabalho de investigação desenvolvido sobre electrónica transparente e transístores de papel”. A cientista, vencedora em Março do Prémio Pessoa 2020 e engenheira de formação, faz parte do Grupo de Alto Nível para o Mecanismo de Aconselhamento Científico da Comissão Europeia.

Entre as personalidades seleccionadas estão também Stephan Vanfleteren, fotógrafo belga; Vladimir Taiger, designer gráfico da empresa de impressão de segurança Vaba Maa, da Estónia; Alice Twemlow, professora de História, Teoria e Sociologia do Design Gráfico e da Cultura Visual da Universidade de Amesterdão, dos Países Baixos; e Fintan O’Toole, professor de Literatura Irlandesa na Universidade de Princeton, em representação da Irlanda.

Os trabalhos do grupo de apoio do BCE vão decorrer “ao longo dos próximos meses” e devem terminar no segundo semestre do ano que vem. O objectivo é ter uma decisão final sobre as novas notas da zona euro até 2024. Em comunicado, o BCE diz que, após as propostas deste grupo, os cidadãos poderão “a dar a sua opinião sobre os temas pré‑seleccionados”.

Depois, disso, “seguir‑se‑á um concurso de desenho das novas notas, após o qual o BCE consultará novamente o público”, cabendo a palavra final ao Conselho do BCE. Uma vez concluído o processo de desenho, o Conselho do BCE “autorizará a produção de novas notas e decidirá sobre as potenciais datas de emissão”.

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Notas de 100 e de 200 euros foram as últimas da série Europa a serem colocadas em circulação, em 2019

“As notas de euro estão aqui para ficar. São um símbolo tangível e visível da união na Europa, particularmente em tempos de crise, e são ainda objecto de forte procura”, afirmou a presidente do BCE, Christine Lagarde, no comunicado. “Decorridos 20 anos, chegou o momento de rever o desenho das nossas notas, de modo a terem um maior significado para europeus de todas as idades e origens”, acrescentou esta responsável. Em paralelo, o BCE está também a estudar a criação de um euro digital. Em Outubro começou a fase de estudo, que deverá durar cerca de dois anos.

“Analisaremos como um euro digital poderia ser concebido e distribuído a comerciantes e cidadãos, bem como o impacto que teria no mercado e as alterações à legislação europeia, eventualmente necessárias”, esclareceu o BCE, explicando que no final dessa fase irá decidir se inicia, ou não, “o desenvolvimento de um euro digital”.

“O trabalho experimental efectuado até à data revelou que não existem grandes restrições tecnológicas à emissão de um euro digital e que são muitas as possíveis formas de concepção”, acrescentou a instituição liderada por Christine Lagarde.

Sobre o numerário, o BCE frisa que esta é “a única forma de moeda que pode ser detida e utilizada directamente por todos” e que, além de proporcionar “autonomia, privacidade e inclusão social”, é também “menos vulnerável à cibercriminalidade e à fraude”.

A actual série de notas que tem sido posta em circulação foi denominada de Europa, por utilizar a figura mitológica antiga Grécia, mas é semelhante aos desenhos da primeira série, suportados no tema “épocas e estilos” deste continente. A nota de 20 euros, por exemplo, que é a mais usada em Portugal, tem representações arquitectónicas do estilo gótico.

As primeiras notas desta série foram as de cinco euros, que começaram a entrar em circulação em 2013. As últimas foram as de 100 e de 200 euros, em Maio de 2019 (as de 500 euros deixaram de ser produzidas).