Morreu Pedro Gonçalves, a metade discreta dos Dead Combo

O contrabaixista que fazia dupla com Tó Trips na banda estava doente com cancro há vários anos. Há um mês, a banda cancelara os 15 concertos que tinha agendados para os meses de Novembro e Dezembro deste ano. Com ela escreveu uma das páginas mais inescapáveis da música portuguesa deste século, mas já se tinha mostrado pioneiro e inventivo no jazz.

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PAULO PIMENTA

Era o “alto de 70, vindo do meio escuro do jazz, signo cão”. Assim se apresentava, com o mistério adequado à aura de figura esquiva de tira de BD, de personagem enigmática de film noir americano, quando os Dead Combo nos surgiram pela frente, estávamos em 2003 e ele já tinha atrás de si um percurso grande, mas não sabíamos ainda do futuro grandioso que se anunciava. Pedro Gonçalves era o contrabaixista que, juntamente com Tó Trips, formou uma banda fundamental, inescapável da música portuguesa das últimas duas décadas, um músico sábio e virtuoso, explorador descomplexado com sentido de humor desarmante – lembramo-nos bem de o ver no palco do São Luiz, em Lisboa, celebravam os Dead Combo a sua primeira década de vida, em 2013, corpo alto e magro comicamente dobrado sobre um piano minúsculo.

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Era o “alto de 70, vindo do meio escuro do jazz, signo cão”. Assim se apresentava, com o mistério adequado à aura de figura esquiva de tira de BD, de personagem enigmática de film noir americano, quando os Dead Combo nos surgiram pela frente, estávamos em 2003 e ele já tinha atrás de si um percurso grande, mas não sabíamos ainda do futuro grandioso que se anunciava. Pedro Gonçalves era o contrabaixista que, juntamente com Tó Trips, formou uma banda fundamental, inescapável da música portuguesa das últimas duas décadas, um músico sábio e virtuoso, explorador descomplexado com sentido de humor desarmante – lembramo-nos bem de o ver no palco do São Luiz, em Lisboa, celebravam os Dead Combo a sua primeira década de vida, em 2013, corpo alto e magro comicamente dobrado sobre um piano minúsculo.