A Alegoria da Caverna numa garagem de Lisboa

Na sua primeira encenação, Sílvio Vieira apresenta até 19 de Dezembro, na Garagem do Chile, em Lisboa, uma peça silenciosa chamada Arena. Do cinema mudo a Platão, da desagregação à emancipação.

Foto
LEONOR FONSECA

Sílvio Vieira já andava convencido de que a palavra está “um pouco gasta” nos palcos de teatro. Porque é impossível não se ser assombrado pelas “palavras riquíssimas, super antigas, de autores mortos”, mas também porque sente que a palavra tem vindo a ser esvaziada “pela comunicação social, pelo audiovisual, pelo teatro, pelo cinema”, regressando sempre aos mesmos clichés e às mesmas frases que, de tão batidas, parecem perder o sentido e deixar de significar coisa alguma. E depois de se ter sentido completamente consumido pela escrita do texto para o seu primeiro espectáculo, As Árvores Deixam Morrer os Ramos Mais Bonitos, estreado em 2019, sabia que a sua próxima paragem criativa (e primeira encenação) teria de fugir à armadilha “textocêntrica”.

A verdade faz-nos mais fortes

Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.

Sílvio Vieira já andava convencido de que a palavra está “um pouco gasta” nos palcos de teatro. Porque é impossível não se ser assombrado pelas “palavras riquíssimas, super antigas, de autores mortos”, mas também porque sente que a palavra tem vindo a ser esvaziada “pela comunicação social, pelo audiovisual, pelo teatro, pelo cinema”, regressando sempre aos mesmos clichés e às mesmas frases que, de tão batidas, parecem perder o sentido e deixar de significar coisa alguma. E depois de se ter sentido completamente consumido pela escrita do texto para o seu primeiro espectáculo, As Árvores Deixam Morrer os Ramos Mais Bonitos, estreado em 2019, sabia que a sua próxima paragem criativa (e primeira encenação) teria de fugir à armadilha “textocêntrica”.