PSD-Lisboa propõe Alexandre Poço e Rodrigo Gonçalves entre candidatos a deputados

Ricardo Baptista Leite, que apoiou o presidente reeleito Rui Rio na disputa interna das directas, ficou fora da proposta de lista apresentada pela comissão política distrital de Lisboa.

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Distrital do PSD-Lisboa deixou Ricardo Baptista Leite fora da lista de deputados Nuno Ferreira Santos

O PSD-Lisboa indicou na sua proposta à direcção nacional de candidatos a deputados o vice-presidente da distrital Rodrigo Gonçalves e o líder da JSD Alexandre Poço, numa lista da qual não consta o nome do deputado Ricardo Baptista Leite.

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O PSD-Lisboa indicou na sua proposta à direcção nacional de candidatos a deputados o vice-presidente da distrital Rodrigo Gonçalves e o líder da JSD Alexandre Poço, numa lista da qual não consta o nome do deputado Ricardo Baptista Leite.

Estes nomes, avançados na quarta-feira pela CNN Portugal, foram esta quinta-feira confirmados à Lusa por várias fontes sociais-democratas.

Há dois anos, Baptista Leite – que apoiou o presidente reeleito Rui Rio nas últimas directas – fez parte das indicações da distrital de Lisboa, mas desta vez a sua concelhia de Cascais indicou o deputado municipal Gonçalo Laje. No entanto, fonte do PSD-Lisboa disse haver a expectativa de que o deputado e médico, “vice” da actual direcção da bancada, faça parte das indicações da direcção nacional (muitas delas costumam entrar precisamente pelo círculo da capital, o maior do país) e defendeu alguém “com o perfil de Ricardo Baptista Leite” para cabeça de lista por Lisboa.

A escolha dos cabeças de lista nos vários círculos eleitorais é uma prerrogativa do presidente do partido, Rui Rio.

Alexandre Poço, apesar de já ter sido indicado pela Juventude Social-Democrata, recebeu também um “reforço” de indicação por parte da distrital e da concelhia de Oeiras, que o apontou como segundo nome, depois do presidente local, Gonçalo Costa. Nas recentes eleições directas, Poço manifestou apoio público ao candidato derrotado, o eurodeputado Paulo Rangel.

Na concelhia de Lisboa, a maior do país, o primeiro nome indicado foi o de Rodrigo Gonçalves (e também recebeu reforço de indicação da distrital), que, em 2018, apoiou Rio, mas há dois anos esteve ao lado de Luís Montenegro.

Em 2019, o vice-presidente da distrital chegou a ser convidado pela direcção de Rui Rio para ir em 12.º na lista da capital, mas recusou por considerar “não ser um lugar compatível” com o apoio que tinha dado ao presidente.

A lista ordenada alfabeticamente e entregue na quarta-feira pela distrital de Lisboa à direcção nacional integra também os actuais deputados, Carlos Silva e Sandra Pereira, indicados pelas suas estruturas concelhias (Amadora e Odivelas, respectivamente) e que apoiaram Paulo Rangel nas directas realizadas no sábado.

Também a líder da concelhia de Sintra, Ana Sofia Bettencourt, que teve um diferendo jurisdicional com a direcção no último ano, integra as listas propostas pelo PSD-Lisboa.

Nas legislativas de 2019, o PSD elegeu 12 deputados por Lisboa (círculo em que obteve 22,6% dos votos): Filipa Roseta, José Silvano, Pedro Pinto, Isabel Meirelles, Luís Marques Guedes, Duarte Pacheco, Sandra Pereira, Ricardo Baptista Leite, Pedro Rodrigues, Lina Lopes, Carlos Silva e Alexandre Poço.

A direcção do PSD começou na quarta-feira “a ouvir” as indicações das estruturas distritais para a lista de deputados à Assembleia da República, mas só na próxima semana haverá decisões da Comissão Política Nacional.

Na quarta-feira foram ouvidas dez estruturas distritais, entre as quais a de Lisboa e a de Setúbal, e no sábado serão as restantes nove, entre elas as do Porto, Braga e Aveiro, com um calendário previsto de uma hora para cada reunião.

No entanto, só na reunião da Comissão Política Nacional - na próxima semana, ainda sem data, mas antes do Conselho Nacional de terça-feira à noite - haverá decisões da direcção sobre as propostas das distritais.

Há dois anos, houve casos de distritais que se reuniram por mais do que uma vez com a dicção, um cenário que dificilmente se repetirá devido ao calendário apertado.

O Conselho Nacional está marcado para a próxima terça-feira, em Évora, (com uma segunda data para dia 10, caso a lista de deputados proposta pela direcção “chumbe” na primeira tentativa), com o objectivo de as listas serem entregues nos vários tribunais em 15 de Dezembro.

O prazo limite para a entrega da lista de deputados para as legislativas de 30 de Janeiro termina em 20 de Dezembro, um dia depois de terminar o Congresso do partido, que se realiza entre 17 e 19 em Lisboa.

De acordo com os estatutos do PSD, compete às comissões políticas distritais “propor à Comissão Política Nacional candidaturas à Assembleia da República, ouvidas as Assembleias Distritais e as Secções”. À CPN, compete “aprovar os critérios para a elaboração das listas de deputados à Assembleia da República, nos termos do regulamento”, e ao Conselho Nacional aprovar as listas.