Concluído desarmamento de dissidentes da Renamo responsáveis por ataques em Moçambique
A autoproclamada Junta Militar da Renamo, grupo dissidente da principal força política de oposição responsável por ataques armados no centro de Moçambique, perdeu o seu líder, Mariano Nhongo, numa troca de tiros com uma patrulha, em Outubro.
O enviado pessoal do secretário-geral da ONU e presidente do grupo de contacto para negociações de paz em Moçambique anunciou a desmobilização dos últimos elementos do grupo dissidente da Renamo responsável por ataques armados no centro do país.
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O enviado pessoal do secretário-geral da ONU e presidente do grupo de contacto para negociações de paz em Moçambique anunciou a desmobilização dos últimos elementos do grupo dissidente da Renamo responsável por ataques armados no centro do país.
“Hoje, temos o prazer de informar que os últimos membros da Junta Militar da Renamo (JMR) foram desmobilizados em Murrupula, na província de Nampula. Este último grupo de 24 membros da Junta Militar concluiu a desmobilização e juntou-se agora aos demais participantes das actividades de desarmamento, desmobilização e reintegração em curso a nível nacional em Moçambique”, refere Mirko Manzoni, em nota distribuída à comunicação social.
A autoproclamada Junta Militar da Renamo, um grupo dissidente da principal força política de oposição responsável por ataques armados no centro de Moçambique, perdeu o seu líder, Mariano Nhongo, a 11 de Outubro, após 28 meses de contestação à liderança do principal partido de oposição e exigindo a renegociação do acordo de paz assinado em Agosto de 2019.
Mariano Nhongo foi abatido numa mata do distrito de Cheringoma, província de Sofala, centro do país, durante uma troca de tiros com uma patrulha policial, após meses de ofensivas das forças governamentais visando travar os ataques armados do seu grupo, responsável pela morte de mais de 30 pessoas em estradas e povoações das províncias de Manica e Sofala desde Agosto de 2019, segundo as autoridades.
Segundo o enviado pessoal do secretário-geral da ONU, no total, 85 membros daquele grupo entregaram as suas armas e juntaram-se ao processo de desarmamento, desmobilização e reintegração (DDR), no âmbito do acordo de paz.
“O processo continuará a decorrer em Murrupula [província de Nampula] até à sua conclusão em meados de Dezembro, estando previsto que no final do ano cerca de 63% de todos os beneficiários do DDR acolham o novo ano em casa, com as suas famílias e nas suas comunidades”, acrescenta a nota.
O grupo de Mariano Nhongo, antigo líder de guerrilha da Renamo, discordava dos termos do processo de DDR decorrente do acordo de paz assinado em Agosto de 2019 entre o Presidente moçambicano, Filipe Nyusi, e o actual líder da Renamo, Ossufo Momade.
O entendimento foi o terceiro entre o Governo da Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo) e a Renamo, tendo os três sido assinados na sequência de ciclos de violência armada entre as duas partes.
No âmbito do Acordo de Paz e Reconciliação Nacional, mais de metade dos cerca de cinco mil guerrilheiros da Renamo já foram abrangidos pelo DDR, sendo que alguns foram incorporados nas Forças de Defesa e Segurança (FDS) moçambicanas.