CT diz que Autoeuropa prevê produzir menos 53.000 automóveis em 2022
A Comissão de Trabalhadores sublinha que a quebra de produção se deve à crise no fornecimento de semicondutores, que tem afectado toda a indústria automóvel. E alerta para o eventual fim do 4.º turno, que coloca em causa o futuro de 900 trabalhadores.
A Autoeuropa prevê uma produção de 204 mil automóveis em 2022, menos 53 mil do que em 2021, e poderá prescindir do 4.º turno, revelou a Comissão de Trabalhadores em comunicado a que a agência Lusa teve hoje acesso.
A verdade faz-nos mais fortes
Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.
A Autoeuropa prevê uma produção de 204 mil automóveis em 2022, menos 53 mil do que em 2021, e poderá prescindir do 4.º turno, revelou a Comissão de Trabalhadores em comunicado a que a agência Lusa teve hoje acesso.
No comunicado interno datado de 30 de Novembro, a Comissão de Trabalhadores (CT) da Autoeuropa refere que a quebra de produção se deve à crise no fornecimento de semicondutores, que tem afectado toda a indústria automóvel, e adverte que o eventual fim do 4.º turno coloca em causa o futuro de 900 trabalhadores da fábrica de automóveis da Volkswagen em Palmela.
De acordo com a CT da Autoeuropa, a informação sobre a quebra de produção em 2022 foi transmitida pela administração na empresa durante o processo negocial de um novo pré-acordo laboral, que teve início no passado dia 10 de Novembro.
A CT da Autoeuropa salienta, no entanto, que, não obstante considerar que o 4.º turno não será necessário para o volume de produção previsto para 2022, a administração da fábrica comunicou também a intenção de “manter as quatro equipas [uma equipa por turno] nos quadros da empresa”.
Refere ainda que, para conseguir este objectivo, a administração da Autoeuropa defende que são necessárias novas “ferramentas de flexibilidade, de modo a viabilizar, financeiramente, a manutenção de todos os postos de trabalho, não comprometendo a competitividade, produtividade e restantes indicadores da fábrica”.
Na informação transmitida aos funcionários da Autoeuropa, a CT refere ainda que, para o ano de 2022, estão previstos cerca de 64 dias de paragem, incluindo 22 dias de férias, 22 down-days (dias de não produção) e ainda mais 20 dias de paragem para os quais terão de se encontrar as necessárias ferramentas de flexibilidade.
Nas negociações do novo pré-acordo laboral, a CT já apresentou à administração uma proposta de horário alternativo, mas que foi rejeitada pela administração com o argumento de que iria aumentar os custos de produção.
A CT também rejeitou as propostas da administração de banco de horas e congelamento de progressões durante um ano, mas as negociações prosseguem nas próximas semanas.
Apesar de ainda não haver pré-acordo laboral, no passado dia 26 de Novembro, nas comemorações dos 30 anos da fábrica em que também foi apresentada uma versão renovada do automóvel T-ROC produzido em Palmela, a Volkswagen anunciou a intenção de investir mais 500 milhões de euros na Autoeuropa nos próximos cinco anos.
Na ocasião, o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, que presidiu às comemorações, afirmou que a Alemanha e a Autoeuropa cumpriram os compromissos assumidos com Portugal.