Mallu Magalhães nas primeiras horas do dia

Nascido antes da pandemia, Esperança teve de esperar por um tempo em que as suas canções assentes nas pequenas felicidades do dia-a-dia pudessem voltar a fazer sentido. Sexta-feira o álbum chega ao Campo Pequeno, em Lisboa.

Foto
Daryan Dornelles

Mallu Magalhães já anda nisto das canções há tempo suficiente para saber que só ao revisitar um conjunto de composições nascidas num mesmo período é que consegue perceber, com mais clareza, em que lugar então se encontrava. É um trabalho de reler as letras, ouvir as suas escolhas e perceber como é que aquilo que sentia ou a sua perspectiva sobre o que acontecia no mundo acaba por se revelar nas canções. Foi durante esse exercício, ainda antes da pandemia, que descodificou o quanto os temas que compusera para o seu último álbum estavam ligados por “uma espécie de celebração da felicidade, uma homenagem às pequenas felicidades do dia-a-dia”. Tornou-se então claro que o álbum que queria lançar tratava da “ideia de valorizar a felicidade como uma conquista, como o final de uma trajectória de esforço”, conta. “A gente tem essa tendência de imaginar que a felicidade está sempre no futuro e associada ao sucesso dos nossos projectos, mas as felicidades do dia-a-dia estão aí, disponíveis a qualquer momento.”