“Uma manhã normal” nos aeroportos portugueses. 21 passageiros apanhados sem teste em Lisboa

Operação mais apertada de controlo de documentos no primeiro dia do novo estado de calamidade funcionou bem durante a manhã e não causou grandes transtornos aos passageiros. Até às 13h, foram detectados 21 passageiros sem teste no aeroporto de Lisboa.

Fotogaleria

A manhã do primeiro dia do novo estado de calamidade decorreu de forma tranquila no Aeroporto Humberto Delgado, em Lisboa. Verificaram-se algumas filas mais demoradas nas chegadas dos passageiros fora da União Europeia, mas nada que incomodasse os passageiros, até porque a operação montada pela ANA – Aeroportos de Portugal e pelas forças de segurança revelou-se bem oleada e eficiente. Os relatos que chegam dos restantes aeroportos nacionais revelam igualmente uma situação de tranquilidade.

A verdade faz-nos mais fortes

Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.

A manhã do primeiro dia do novo estado de calamidade decorreu de forma tranquila no Aeroporto Humberto Delgado, em Lisboa. Verificaram-se algumas filas mais demoradas nas chegadas dos passageiros fora da União Europeia, mas nada que incomodasse os passageiros, até porque a operação montada pela ANA – Aeroportos de Portugal e pelas forças de segurança revelou-se bem oleada e eficiente. Os relatos que chegam dos restantes aeroportos nacionais revelam igualmente uma situação de tranquilidade.

O PÚBLICO esteve no aeroporto lisboeta no período de maior concentração de voos (das 6h às 9h) e, embora não tivesse tido acesso à zona de verificação de documentos para os passageiros que chegavam de países fora da União Europeia, os relatos dos viajantes repetiam que “tudo correu normalmente”.

As novas regras de contenção da pandemia, que entraram em vigor às zero horas desta quarta-feira e vão perdurar pelo menos até ao próximo dia 9 de Janeiro, exigiam que cada passageiro chegado às fronteiras portuguesas apresentasse um certificado digital válido e um teste PCR ou antigénio negativo. Era ainda recomendado o preenchimento de um formulário de localização do passageiro. Os viajantes com certificado de recuperação da doença, que tem uma validade de seis meses, não precisam de apresentar teste negativo à chegada a Portugal.

O aeroporto de Lisboa fechou o habitual local de chegadas, usado para verificação de documentos de cidadãos oriundos da União Europeia (UE). Tal como sempre acontece na verificação de passaportes, os passageiros eram divididos em dois grupos: de um lado os que chegavam da UE, do outro os de fora da União.

Os documentos dos últimos eram verificados por elementos do SEF, com o apoio de membros de uma companhia privada de segurança, e os dos restantes por funcionários do aeroporto com apoio da PSP. Depois de verificados os documentos, era colocada no pulso de cada um uma pulseira azul para que as forças de segurança soubessem que os passageiros já tinham sido controlados e pudessem, assim, circular em segurança até ao exterior.

“Correu tudo muito bem. Estivemos cerca de uma hora na fila, mas esta estava sempre a andar. Como tinha todos os documentos não tive problemas”, afirmou ao PÚBLICO Matheus Carvalho, 24 anos, que viajou deste o aeroporto brasileiro de São Paulo para Lisboa.

Matheus, que chegou acompanhado pela mulher, o filho de três anos, uma tia e uma avó, que se vão juntar à família que já vive em Portugal, concorda com as medidas de controlo mais apertadas. “É, acima de tudo, para a nossa segurança. O vírus não morreu, a contaminação continua muito forte, este controlo dá segurança. Os agentes foram todos muito educados e correu tudo bem”, afirma.

Luísa Almeida, 57 anos, veio de São Paulo e vai-se juntar à filha que vive em Coimbra. Também ela diz que “não houve qualquer incómodo”. “Já esperei mais para entrar no aeroporto de Lisboa, ainda antes da covid. Foi tudo cinco estrelas.”

Casongo Stanislau, 38 anos, que veio de Luanda, Angola, também não encontrou problemas. “Tudo bem, demorou um pouco mais que em outras ocasiões, mas pouco mais. Pareceu-me tudo normal”, afirmou este passageiro, que assegurou fazer a ligação entre os dois países com frequência.

Pelas 10h35, a ANA Aeroportos fazia o primeiro balanço, afirmando que “a operação nos aeroportos de Lisboa, Porto e Faro” estava a decorrer “de forma regular”. “O dispositivo instalado (meios logísticos e demais) nas novas áreas de controlo está, até ao momento, a funcionar dentro da normalidade prevista”, acrescentava o comunicado.

Vinte e um passageiros sem teste

Já pelas 13h foi a vez de PSP e SEF fazerem um primeiro balanço do trabalho realizado no Aeroporto Humberto Delgado, revelando que até àquela hora tinham sido detectados 21 passageiros sem teste, 20 em voos da UE e um de fora da União. Onze tiveram teste negativo e dez aguardavam ainda resultados.

“Todos os passageiros com situação irregular, bem como as companhias aéreas, vão ser multados”, revelou o intendente Pedro Pinho, da PSP.

A multa mínima para as companhias é de 20 mil euros e para cada passageiro varia entre os 300 e os 800 euros.

Até às 13h foram controlados passageiros de 30 voos oriundos da União Europeia e 25 de fora da UE.