Na Oficina Oito, em Lisboa, há jantares de Natal privados para todos os gostos

São três chefs — Luís Castelo, Rui Rosário e José Sequeira — durante três semanas e três menus, até 19 de Dezembro, num ambiente intimista e seguro, onde é o autor do jantar a tratar de tudo.

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Da esqueda para a direita: os chefs Rui Rosário, Luís Castelo e José Sequeira Nuno Ferreira Santos

Podia ser uma daquelas anedotas clichê — “três chefs de cozinha entram num bar” — mas, neste caso, é mesmo assim. O chef Luís Castelo recebe, na Oficina Oito, em Lisboa, os chefs Rui Rosário e José Sequeira para jantares privados de Natal até 12 pessoas. São três chefs, três semanas e três menus, até 19 de Dezembro, num ambiente intimista e seguro, onde é o autor do jantar a tratar de tudo: da comida, claro, até ao vinho que lhe é decantado no copo.

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Podia ser uma daquelas anedotas clichê — “três chefs de cozinha entram num bar” — mas, neste caso, é mesmo assim. O chef Luís Castelo recebe, na Oficina Oito, em Lisboa, os chefs Rui Rosário e José Sequeira para jantares privados de Natal até 12 pessoas. São três chefs, três semanas e três menus, até 19 de Dezembro, num ambiente intimista e seguro, onde é o autor do jantar a tratar de tudo: da comida, claro, até ao vinho que lhe é decantado no copo.

A Oficina Oito foi fundada pelo chef Luís Castelo, em 2018, na porta número oito da Rua Abade Faria, em Lisboa, num espaço que partilha com a joalheira Leonor Silva. Na longa mesa com 12 lugares em frente ao balcão da cozinha, organiza não só jantares privados, como também workshops de sushi, ramen, desperdício zero ou cozinha mediterrânica. Recentemente, conta o responsável ao PÚBLICO, tem crescido a procura, por parte de empresas para eventos onde se reencontram as equipas, afastadas durante estes longos meses pelo teletrabalho; ou almoços que antedecem ou se prolongam em reuniões de trabalho naquele espaço

Com a covid-19, os jantares privados foram também crescendo, nota Luís Castelo: “Alguém que venha aqui com um grupo de amigos ou familiares, sabe sempre que, ao chegar, a porta se fecha e não há outros clientes a entrar ou a sair.” Quando são grupos com seis pessoas ou menos é, aliás, o chef que faz tudo sozinho (sim, mesmo pôr a mesa e lavar a loiça depois do jantar).

O conceito da Oficina Oito foi influenciado pela experiência que vivenciou durante um estágio no restaurante Geranium, na Dinamarca, com três estrelas Michelin. “Este espaço mais minimalista sai muito da norma de um restaurante ou de um hotel, onde há horários loucos. É uma experiência gastronómica muito mais à minha medida e à medida das pessoas”, resume Luís Castelo.

Para a Oficina Oito costuma convidar alguns amigos da área da restauração para dar workshops ou mesmo para jantares pop-up. Em 2019, os jantares de Natal fizeram-se a quatro mãos entre Luís Castelo e Rui Rosário, com um menu de oito momentos, entre a cozinha portuguesa e japonesa. Este ano, são três chefs — junta-se José Sequeira — cada um com um menu especial. Luís Castelo aposta na cozinha portuguesa, nos dias 3, 10 e 18 de Dezembro. Camarão em alho francês e confit de bacalhau e legumes são algumas das propostas do menu de cinco momentos (45€/pessoa). As bebidas estão sempre incluídas, de forma a harmonizar na perfeição com a refeição.

Já o chef Rui Rosário inspira-se no menu Kaiseki — a tradicional degustação imperial japonesa — com oito momentos (85€/pessoa), a 12 e 19 de Dezembro. A proposta do chef José Sequeira, que estará aos comandos da cozinha a 2, 9 e 16 de Dezembro, é também baseada na cozinha oriental e conta com edamame, gyosas de camarão, ramen de cachaço de porco e brownie de miso (40€/pessoa).

O objectivo é sempre encher a mesa, mas, se tal não acontecer, há a oportunidade de se sentar com estranhos. Luís Castelo promete que, no final do jantar, sairão da Oficina Oito como amigos. Durante a refeição, o chef vai interagindo com os convivas e faz tudo na bancada, tal e qual “um espectáculo”. Quem ficar com vontade de voltar, depois de um almoço ou jantar, pode procurar os workshops em plataformas como a Lifecooler e a Odisseias, ou através de contacto directo com a Oficina Oito.

Rui Rosário pode ser encontrado no Praia no Parque, em Lisboa, onde divide a Barra Japonesa com o chef Lucas Azevedo. Depois de 14 anos a trabalhar numa empresa de telecomunicações, decidiu seguir um sonho antigo e dedicar-se à cozinha. Estudou no Japão, onde descobriu que “o sushi é só uma pequena parte da cozinha japonesa”, conta. “Foi importantíssimo ir lá, sentir os cheiros, ver a cultura, como tudo funciona”, recorda.

Também Luís Castelo vinha da área das telecomunicações. Chegou à cozinha depois dos 40 anos para fazer uma licenciatura em Produção Alimentar e Restauração, na Escola Superior de Hotelaria e Turismo do Estoril, onde foi convidado para leccionar. Pelo caminho, passou pelas cozinhas de Vítor Sobral e Paulo Morais. Além da Oficina Oito, dedica-se ao ensino na Escola de Comércio de Lisboa.

Foi nos tempos de estudante no Estoril que Luís Castelo conheceu José Sequeira. Trabalharam juntos com Paulo Morais, antes de o jovem chef ir para o hotel Penha Longa, em Sintra, onde passou pelo estrelado Midori e o pan-asiático Spices. Esteve algum tempo em Macau, onde foi “beber da fonte”, aperfeiçoando pratos como os que apresenta na sua proposta para este Natal.