Doação milionária permite ao Metropolitan Museum avançar com nova ala para arte moderna e contemporânea
O casal de mecenas Oscar L. Tang e Agnes Hsu-Tang entregou 125 milhões de dólares à instituição, que assim pode finalmente desencalhar o adiado projecto. Nome do arquitecto será anunciado neste Inverno.
A reconstrução da ala de arte moderna e contemporânea do Metropolitan Museum of Art, suspensa devido a problemas financeiros, ficou assegurada na terça-feira, após uma doação de 125 milhões de dólares (cerca de 110 milhões de euros) pelo mecenas Oscar L. Tang. O Met chegou a ser duramente criticado por ter anunciado as obras antes de ter assegurado o respectivo financiamento.
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A reconstrução da ala de arte moderna e contemporânea do Metropolitan Museum of Art, suspensa devido a problemas financeiros, ficou assegurada na terça-feira, após uma doação de 125 milhões de dólares (cerca de 110 milhões de euros) pelo mecenas Oscar L. Tang. O Met chegou a ser duramente criticado por ter anunciado as obras antes de ter assegurado o respectivo financiamento.
Membro de longa data do Met, Oscar L. Tang, e a sua esposa, Agnes Hsu-Tang, arqueóloga e historiadora de arte, são os protagonistas desta que é a maior doação da história daquela instituição. A nova ala ostentará o nome dos doadores durante um período mínimo de 50 anos, divulgou o Met.
A doação dos Tang permite-lhes aceder ao raro grupo de filantropos que fizeram doações para instituições culturais norte-americanas acima de 100 milhões de dólares. Desta lista constam o multimilionário do petróleo e do gás David H. Koch, que patrocinou a remodelação do Lincoln Center em 2008, ou o investidor Stephen A. Schwarzman, que financiou a Biblioteca Pública de Nova Iorque, em 2008, e um novo centro cultural em Yale, em 2015.
O valor doado representa um grande passo para o projecto do Met, avaliado em cerca de 500 milhões de dólares [cerca de 442 milhões de euros], que prevê a criação de cerca de 7,5 mil metros quadrados de galerias e espaços públicos. O arquitecto a quem ficará confiado o desenho da nova ala será anunciado no inverno.
Apesar de ainda ser necessário angariar o restante valor, o presidente e CEO do Met, , Daniel H. Weiss, assegurou que não “há preocupação” nesse capítulo. “Sabemos mais ou menos quanto vai custar a construção e a gestão da nossa ala. As nossas finanças estão muito estáveis”, garantiu.
Oscar L. Tang, o primeiro norte-americano de ascendência asiática a integrar o conselho do Met, há 30 anos, considerou que o museu tem agora “uma oportunidade especial para ser mais global no contexto moderno e contemporâneo”. A actual ala dedicada à arte moderna e contemporânea, que tem o nome de Lila Acheson Wallace, é vista como labiríntica e desajeitada e considerada problemática desde que ficou concluída, em 1987.
Embora o casal Tang não tenha estabelecido condições para a doação, ambos salientaram que se sentiram encorajados perante a abordagem inclusiva do actual director do museu, Max Hollein.
A nova ala irá também permitir o acolhimento e a valorização de um importante acervo de arte moderna, composto por 79 pinturas cubistas, desenhos e esculturas, oferecido em 2013 pelo filantropo e magnata da cosmética Leonard A. Lauder. O atraso na remodelação do espaço chegou a ser atribuído em parte à aparente incapacidade do Met para encontrar uma nova atracção principal para a ala, teoria que o ex-director do museu, Thomas P. Campbell, sempre rejeitou.
Max Hollein, que entrou em 2018 na instituição, diz ter actualizado o projecto do seu antecessor de forma a encorajar o trabalho interdisciplinar dos 17 departamentos de curadoria do Met. O actual director também deixou claro o compromisso de incluir mais artistas mulheres e não-brancos, algo que será visível na programação do novo espaço.
Oscar L. Tang, de 83 anos, foi co-fundador, em 1970, da empresa de gestão de activos Reich & Tang, em Nova Iorque. Nascido em Xangai, chegou aos 11 anos aos Estados Unidos, para estudar, após a sua família ter fugido da China para Hong Kong durante a revolução comunista, em 1948.
Actualmente, é co-presidente da Filarmónica de Nova Iorque. No início de 2021, juntamente com a sua mulher, fundou a campanha Yellow Whistle, para combater a discriminação histórica contra os asiáticos e a violência anti-asiática.
Tang foi também conselheiro da UNESCO em Paris e fez parte do comité consultivo sobre propriedade cultural do ex-presidente norte-americano Barack Obama.