Das confusões às promessas de mais “conforto”, novo centro de vacinação de Lisboa abre esta quarta-feira

Centro de vacinação terá capacidade para vacinar 600 pessoas por hora. Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo admite adiamentos nos agendamentos previstos devido à reorganização da vacinação em Lisboa.

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Poucos minutos depois das 15h, António Abreu, de 66 anos, chegou ao pavilhão 4 da Feira Internacional de Lisboa (FIL) para ser vacinado. Com o telefone na mão mostrou a mensagem que o convocava para a vacinação naquele centro esta terça-feira, 30 de Novembro, à qual respondeu afirmativamente. Mas mais abaixo na sua caixa de mensagens estava outra que remarcou a vacinação para o dia 9 de Dezembro. Como não entendeu bem o que se passava decidiu aparecer, mas só encontrou jornalistas e elementos da câmara municipal e da Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo (ARSLVT) que aguardavam a chegada do presidente da autarquia. Dali a momentos, Carlos Moedas iria visitar o novo local de vacinação da capital, que abre portas esta quarta-feira

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Poucos minutos depois das 15h, António Abreu, de 66 anos, chegou ao pavilhão 4 da Feira Internacional de Lisboa (FIL) para ser vacinado. Com o telefone na mão mostrou a mensagem que o convocava para a vacinação naquele centro esta terça-feira, 30 de Novembro, à qual respondeu afirmativamente. Mas mais abaixo na sua caixa de mensagens estava outra que remarcou a vacinação para o dia 9 de Dezembro. Como não entendeu bem o que se passava decidiu aparecer, mas só encontrou jornalistas e elementos da câmara municipal e da Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo (ARSLVT) que aguardavam a chegada do presidente da autarquia. Dali a momentos, Carlos Moedas iria visitar o novo local de vacinação da capital, que abre portas esta quarta-feira

“Eu vivo na Penha de França. Fui vacinado na Graça e lá foi porreiro. Não entendo porque é que fecharam e a gente agora tem de vir para aqui de metro”, diz o munícipe. 

Em resposta às críticas de alguns utentes, como António, mas também dos vereadores do PS e do BE que se opõem à concentração da vacinação em Lisboa em apenas dois pavilhões (neste novo do Parque das Nações e no da Ajuda), Carlos Moedas quis mostrar as condições que este novo centro terá e que permitirão duplicar a capacidade de vacinação contra a covid-19, mas também contra a gripe, na capital. “Tínhamos quatro a funcionar com capacidade para três mil utentes por dia. Neste momento, vamos ter seis mil utentes aqui, mais mil na Ajuda”, notou o autarca.

“Muito antes das eleições, esta situação era uma realidade. Os locais que tínhamos não podiam continuar. Estamos a retomar a nossa economia, a nossa vida. A Universidade de Lisboa precisa dos locais que estavam a ser utilizados. O centro Hindu também”, sublinhou o autarca, justificando assim o encerramento de três centros de vacinação que, até ao final da semana passada, ainda se mantinham activos (Picadeiro, no Príncipe Real, Serviços Sociais da CML e Pavilhão 3 do Estádio Universitário de Lisboa). 

Além disso, frisou, “vacinar no Verão é muito diferente de vacinar no Inverno”, daí a opção por encontrar um espaço maior, onde as pessoas possam aguardar com “conforto”, abrigadas, pela sua vez. “Não podemos ter situações como temos visto no país de idosos à chuva e ao frio em pé durante muito tempo”, notou. 

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A acompanhar Moedas, o presidente da ARSLVT, Luís Pisco, fez questão de apresentar “um sincero pedido de desculpas a todos aqueles que foram vacinados em condições longe das ideais, que estiveram à chuva e ao frio nos centros de vacinação que foram agora encerrados”. E admitiu existirem adiamentos de marcações que estavam previstas para os centros encerrados. “Este é um processo complexo, que envolve milhares de pessoas, que tem agendamentos centrais e locais. Nem sempre as coisas correm bem. Pedimos desculpa por isso. Nos próximos dias as pessoas vão receber mensagens, às quais não precisam de responder, a confirmar o seu agendamento com dia e hora para este local”, disse ainda o responsável. 

Luís Pisco notou ainda que, apesar dos adiamentos, acredita ser possível “recuperar rapidamente” dada a capacidade de inoculação no centro.

60 gabinetes de vacinação

No local, está tudo praticamente pronto. Fazem-se as últimas limpezas. Os voluntários estão a receber formação. À entrada há dois espaços distintos para que quem chega saiba onde se dirigir: uma área para quem tem agendamento; outra para quem vem na modalidade de Casa Aberta.

É por isso que esta quarta-feira, os 60 gabinetes de vacinação montados, que terão capacidade para vacinar 600 pessoas por hora, estarão em funcionamento, prevendo já o que pode ser uma afluência grande de pessoas na modalidade de Casa Aberta, disse ao PÚBLICO a directora do Serviço Municipal de Protecção Civil, Margarida Castro Martins. 

Questionado sobre o custo da instalação do centro num espaço privado, Moedas afirmou que “o custo é o mesmo” de antes e que o espaço “foi cedido gratuitamente” pela Fundação AIP.

Em relação às críticas de que este local fica fora de mão para quem mora na zona mais central da cidade, Carlos Moedas lembrou que continua a estar disponível o serviço de táxi gratuito para os utentes que se deslocam para a vacinação, através do número 218 172 021, e que há “300 lugares gratuitos” de estacionamento junto ao centro de vacinação na FIL.

O autarca notou ainda que o município continuará a investir no reforço da testagem, com postos móveis que estarão disponíveis já na noite desta terça-feira no Cais do Sodré. 

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