Manual para a transformação de um sapo em príncipe
Estonteante encenação de António Pires, que arrasta elenco e plateia para o interior de uma espécie de caleidoscópio das manigâncias possíveis quando gastar dinheiro e não possuir escrúpulos bastam para mover a montanha da aparência e do interesse próprio.
Era uma vez um banqueiro apressado em juntar-se à família para umas férias na montanha quando surge um problema que só tem uma solução, pelo menos do seu ponto de vista. Nada mais, nada menos do que transformar um sapo num príncipe. É uma contrariedade, mas há um negócio à vista, mais o dever de anfitrião em salvaguardar a honra da sua visita, e o que tem de ser feito será feito naquela maneira enérgica do capitalismo, isto é, comprar e o que for preciso, e a quem for, e levar tudo à frente. Por outras palavras, uma peça que, à primeira vista, é um elogio da dinâmica capitalista, estreada com grande êxito em 1929, ironicamente o ano em que a Bolsa de Valores de Nova Iorque estourou com grande estrépito inaugurando a Grande Depressão.
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Era uma vez um banqueiro apressado em juntar-se à família para umas férias na montanha quando surge um problema que só tem uma solução, pelo menos do seu ponto de vista. Nada mais, nada menos do que transformar um sapo num príncipe. É uma contrariedade, mas há um negócio à vista, mais o dever de anfitrião em salvaguardar a honra da sua visita, e o que tem de ser feito será feito naquela maneira enérgica do capitalismo, isto é, comprar e o que for preciso, e a quem for, e levar tudo à frente. Por outras palavras, uma peça que, à primeira vista, é um elogio da dinâmica capitalista, estreada com grande êxito em 1929, ironicamente o ano em que a Bolsa de Valores de Nova Iorque estourou com grande estrépito inaugurando a Grande Depressão.