Organizações ambientais preocupadas com sobrepesca e falta de reservas marinhas nos Açores
“Só com a aplicação de medidas de prevenção e de gestão de resíduos adequada se pode reverter os impactos causados ao nível da poluição marinha”, diz o secretário regional do Ambiente e das Alterações Climática, Alonso Miguel.
Mais de 25 organizações dos Açores que se dedicam à protecção do oceano concluíram que a sobrepesca e a “falta de implementação” de reservas marinhas que permitam a recuperação dos ecossistemas constituem algumas das preocupações.
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Mais de 25 organizações dos Açores que se dedicam à protecção do oceano concluíram que a sobrepesca e a “falta de implementação” de reservas marinhas que permitam a recuperação dos ecossistemas constituem algumas das preocupações.
Na sequência de um encontro no âmbito da COOL Açores - Convenção das Organizações para um Oceano Limpo, promovido pela Fundação Oceano Azul, com o apoio do Programa Blue Azores, cerca de 25 organizações açorianas que se dedicam à protecção do oceano reuniram-se no sábado, na ilha de São Miguel, para mais um encontro.
A iniciativa visou “facilitar a troca de conhecimento e a partilha de experiências entre as diferentes organizações, debater os grandes desafios actuais e futuros que o mar dos Açores enfrenta”, bem como “aumentar a capacidade de participação destas organizações em consultas públicas”.
João Rosa, da Associação Ecológica Amigos dos Açores, citado em nota de imprensa, referiu que o “principal problema existente é mesmo a sobrepesca e a falta de implementação de reservas marinhas que permitam a recuperação dos ecossistemas”, tendo-se manifestado a vontade de “colaborar com o que for necessário para atingir os objectivos propostos”.
O secretário regional do Ambiente e das Alterações Climática, Alonso Miguel, que participou no evento, disse que “só com a aplicação de medidas de prevenção e de gestão de resíduos adequada se pode reverter os impactos causados ao nível da poluição marinha, sobretudo no que se refere aos microplásticos, que são encontrados em quantidades cada vez maiores nos oceanos e que provocam efeitos devastadores nos ecossistemas”.
“Ora, contrariar esta realidade implica um trabalho ao nível da monitorização e fiscalização, mas acima de tudo a nível da contínua promoção de iniciativas de sensibilização ambiental para os impactos desta problemática e para a importância da gestão adequada de resíduos”, referiu Alonso Miguel.
Sofia Garcia, da Direcção Regional dos Assuntos do Mar, disse que “cada vez mais é necessário trabalhar todos em conjunto por um objectivo comum, a preservação e conservação dos oceanos”.
A responsável considerou que “é muito importante que cada vez mais sejam dinamizados eventos como o COOL Açores, porque só assim se consegue juntar as diferentes entidades/organizações que se preocupam por questões como o lixo marinho e focarem-se em arranjar soluções efectivas.”
Desde o início de 2021, foram registadas no país, pela Fundação Oceano Azul, 346 limpezas de praia, 37 das quais realizadas nos Açores, ou seja, “a região regista comparativamente uma participação quatro vezes superior à da média nacional”.