Petr Fiala empossado como novo primeiro-ministro na República Checa
Novo líder do Governo checo foi empossado pelo Presidente Milos Zeman, que se deslocou de cadeira de rodas e esteve coberto por uma barreira de plástico por se encontrar infectado com covid-19.
Petr Fiala foi empossado este domingo como primeiro-ministro da República Checa pelo Presidente Milos Zeman, que se fez deslocar numa cadeira de rodas por se encontrar infectado com covid-19 e que esteve coberto por uma barreira de plástico.
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Petr Fiala foi empossado este domingo como primeiro-ministro da República Checa pelo Presidente Milos Zeman, que se fez deslocar numa cadeira de rodas por se encontrar infectado com covid-19 e que esteve coberto por uma barreira de plástico.
“Estou convencido de que, em breve, teremos um governo forte e estável”, assegurou Fiala, líder do partido Democratas Cívicos (ODS, direita conservadora), durante a cerimónia que decorreu na residência de Zeman no castelo de Lany (Praga Ocidental) e foi transmitido em directo pela televisão.
Fiala foi o vencedor das eleições legislativas de Outubro à frente de uma coligação de cinco partidos.
Segundo o que se pôde observar na transmissão televisiva, Zeman foi acompanhado por dois enfermeiros numa cadeira de rodas por se encontrar infectado com covid-19, tendo Fiala assinado o termo de compromisso numa a ta previamente desinfectada.
Fiala é um ex-professor de ciências políticas, bem como um fã de filmes, sobretudo de James Bond, literatura e futebol.
Com 57 anos, barbudo e com óculos, o novo primeiro-ministro checo protege cuidadosamente a sua vida privada, “afectada” a partir de agora pelas novas funções, depois de liderar a aliança de centro-direita “Juntos” numa vitória eleitoral em Outubro.
“Na verdade, sou James Bond”, disse Fiala, numa entrevista recente. “Bond pode disparar bem e eu também. Também fala várias línguas e é bem-educado e penso que também cumpro esses critérios”, disse então Fiala.
O “Juntos”, compreendendo os Democratas Cívicos (ODS) e os pequenos democratas-cristãos, centro, e o TOP 09, de centro-direita, derrotaram o movimento populista ANO, do milionário e agora ex-primeiro-ministro Andrej Babis.
“Demos à República Checa uma possibilidade de um futuro melhor. Esta é uma mudança, nós somos uma mudança, vocês são uma mudança”, disse Fiala aos seus apoiantes durante a campanha eleitoral.
Fiala chegou à política como assessor científico do primeiro-ministro, em 2011, e do ministro da Educação, um ano depois, tendo sido eleito deputado nas eleições legislativas de Outubro de 2013, antes de ingressar no ODS um mês depois e de se tornar presidente do partido em Janeiro de 2014.
Fiala substituiu o ex-primeiro-ministro Petr Necas, cujo governo foi derrubado em 2013 no meio de um escândalo sexual.
Nascido na segunda maior cidade checa, Brno, em 1 de Setembro de 1964, Fiala cresceu numa família conservadora, onde o almoço era servido exactamente ao meio-dia ao som dos sinos da igreja.
“Na nossa família, era natural que se tivesse uma formação universitária, uma vida cultural e que houvesse interesse pelos assuntos públicos e políticos. Fui criado num espírito democrático. Para mim, democracia e liberdade são coisas que considero certas desde criança”, contou.
O novo primeiro-ministro checo, formou-se em língua e literatura checa e também em história, tendo trabalhado ainda como historiador e jornalista.
Após o derrube do regime comunista totalitário na antiga Checoslováquia, em 1989, co-fundou o departamento de ciências políticas da Universidade Masaryk, em Brno, uma disciplina até então proibida pelo regime comunista.
Chefiou o departamento de 1993 a 2002 antes de assumir a direcção de relações internacionais e estudos europeus por dois anos. Nomeado o primeiro professor de ciências políticas do país em 2002, Fiala foi reitor da Universidade Masaryk de 2004 a 2011.