Uma cidade sem salas de cinema fez um filme sobre as suas memórias
O vendedor de rebuçados apresenta-se indecentemente descalço é o nome do documentário sobre o antigo Cine-Teatro Imperador que Pedro Neves realizou com a comunidade de São João da Madeira. É apresentado este sábado na forma de um cine-concerto — e corresponde ao terceiro momento de um projecto do Teatro da Didascália que visa capacitar públicos “que não estão assim tão próximos da cultura”.
Luís Ferreira viveu literalmente dentro do Cine-Teatro Imperador, em São João da Madeira. É uma longa história de amor. Começou a trabalhar nesse espaço cultural em 1978. Começou como bengaleiro e seria “promovido” a assistente de sala. “Um dia, o projeccionista resolveu sair”, conta ao PÚBLICO. “Tínhamos a casa cheia. O meu patrão virou-se para mim e disse: ‘Vamos ter de devolver o dinheiro às pessoas.’ Mas eu tinha a chave da sala das bobines. Consegui pôr o filme a dar e...” E o resto é história, como diz o cliché. Luís foi o projeccionista do Imperador até ao dia do seu encerramento. E, dado que demorou a conseguir arranjar casa, viveu durante anos no espaço ao lado da sala das máquinas. “A minha filha não nasceu lá, mas foi feita lá”, conta entre risos tímidos.
A verdade faz-nos mais fortes
Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.
Luís Ferreira viveu literalmente dentro do Cine-Teatro Imperador, em São João da Madeira. É uma longa história de amor. Começou a trabalhar nesse espaço cultural em 1978. Começou como bengaleiro e seria “promovido” a assistente de sala. “Um dia, o projeccionista resolveu sair”, conta ao PÚBLICO. “Tínhamos a casa cheia. O meu patrão virou-se para mim e disse: ‘Vamos ter de devolver o dinheiro às pessoas.’ Mas eu tinha a chave da sala das bobines. Consegui pôr o filme a dar e...” E o resto é história, como diz o cliché. Luís foi o projeccionista do Imperador até ao dia do seu encerramento. E, dado que demorou a conseguir arranjar casa, viveu durante anos no espaço ao lado da sala das máquinas. “A minha filha não nasceu lá, mas foi feita lá”, conta entre risos tímidos.