Miguel Pires: É óbvio que os vinhos naturais estão a influenciar o sector

Os vinhos naturais estão a revolucionar o sector? Desafiámos Miguel Pires, jornalista de gastronomia, e João Paulo Martins, crítico de vinhos, a se manifestarem. Aqui, Miguel Pires dá o seu “sim”: “a aproximação a este modelo por um conjunto de entusiastas e pequenos produtores é também um dos indícios da pequena revolução que, goste-se ou não, está a acontecer”.

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Nelson Garrido

Para contextualizar, convém começar por dizer que o movimento dos vinhos naturais nasceu nos anos de 1980, em Beaujolais (França), como um movimento de contracultura em oposição à industrialização e uniformização do vinho e em prol de um modo de vida ligado à terra e a uma certa artesanalidade. Como é sabido, todos os movimentos informais que ganham uma certa dimensão acabam por ver alguns dos seus princípios serem apropriados pela cultura vigente, o que não raras vezes gera tensões e divisões, como é este o caso.

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Para contextualizar, convém começar por dizer que o movimento dos vinhos naturais nasceu nos anos de 1980, em Beaujolais (França), como um movimento de contracultura em oposição à industrialização e uniformização do vinho e em prol de um modo de vida ligado à terra e a uma certa artesanalidade. Como é sabido, todos os movimentos informais que ganham uma certa dimensão acabam por ver alguns dos seus princípios serem apropriados pela cultura vigente, o que não raras vezes gera tensões e divisões, como é este o caso.