J.M. Coetzee conversando sobre o mundo sombrio

Foto
EPA/Ricardo Maldonado Rozo

No princípio achou que todos desconfiavam de que ele era apenas mais uma celebridade a visitar aquela prisão de alta segurança construída numa antiga lixeira num dos bairros mais pobres de Buenos Aires, San Martín. Mas todos os anos voltava a sentar-se entre os reclusos cumprindo uma das regras: não perguntar a nenhum deles que crime tinham cometido. A cada ano, a cada visita, reconhecia rostos e também no fim de cada visita despedia-se com um desejo: “espero não vos voltar a ver”. Era a maneira de desejar que se livrassem daquele lugar com um odor nauseabundo permanente onde tinha sido também construída uma universidade, oásis que muitos dos presos podiam frequentar caso tivessem habilitações.

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No princípio achou que todos desconfiavam de que ele era apenas mais uma celebridade a visitar aquela prisão de alta segurança construída numa antiga lixeira num dos bairros mais pobres de Buenos Aires, San Martín. Mas todos os anos voltava a sentar-se entre os reclusos cumprindo uma das regras: não perguntar a nenhum deles que crime tinham cometido. A cada ano, a cada visita, reconhecia rostos e também no fim de cada visita despedia-se com um desejo: “espero não vos voltar a ver”. Era a maneira de desejar que se livrassem daquele lugar com um odor nauseabundo permanente onde tinha sido também construída uma universidade, oásis que muitos dos presos podiam frequentar caso tivessem habilitações.