Rodrigues dos Santos diz que coligação PSD/CDS é possibilidade “em cima da mesa”
Líder do CDS acredita que tanto a direcção de Rui Rio como a candidatura de Paulo Rangel não fecharam a porta a essa hipótese. Partido quer caras novas no Parlamento.
O presidente do CDS-PP considera possível uma coligação pré-eleitoral com o PSD para as eleições legislativas de Janeiro, afirmando que essa é uma hipótese que está “em cima da mesa” independentemente de quem seja eleito líder social-democrata.
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O presidente do CDS-PP considera possível uma coligação pré-eleitoral com o PSD para as eleições legislativas de Janeiro, afirmando que essa é uma hipótese que está “em cima da mesa” independentemente de quem seja eleito líder social-democrata.
Em conferência de imprensa, esta sexta-feira, antes de uma reunião do Conselho Nacional, Francisco Rodrigues dos Santos disse que vai aguardar “serenamente até haver uma clarificação” quanto ao novo presidente do PSD, mas apontou que o candidato Paulo Rangel “disse que por princípio defendia uma candidatura autónoma do PSD, mas não excluiu liminarmente a possibilidade de haver uma coligação pré-eleitoral”.
Depois, o líder centrista foi confrontado com o facto de o presidente do PSD e recandidato ao cargo, Rui Rio, ter indicado que a “opinião dominante” na última reunião da direcção foi a de que o partido deve ir sozinho às próximas eleições e não fazer uma coligação com o CDS-PP.
“O doutor Rui Rio deu uma entrevista ainda esta semana em que disse que, se fosse eleito líder do PSD, ia levar à Comissão Política Nacional a proposta de coligação com o CDS. E foi o próprio doutor Rui Rio que também já esclareceu que não houve nenhuma deliberação da Comissão Política Nacional do PSD a esse respeito. O que disse foi que auscultou algumas das figuras presentes naquela reunião e algumas delas expressaram-se negativamente perante essa possibilidade”, afirmou Rodrigues dos Santos.
CDS quer caras novas no Parlamento
O presidente do CDS-PP agradeceu o trabalho desenvolvido pelos deputados do partido que se despediram esta sexta-feira do Parlamento, mas salientou que a sua direcção quer apostar num “novo friso de protagonistas que refresquem a representação” centrista no parlamento.
Rodrigues dos Santos foi questionado sobre os discursos de despedida do líder parlamentar do CDS, Telmo Correia, e dos deputados Cecília Meireles e João Almeida, que já anunciaram que não integrarão as listas para as eleições legislativas de 30 de Janeiro.
“Tenho a agradecer a todos os deputados do CDS-PP o contributo que deram ao país, através do seu partido, ao longo de muitos anos na Assembleia da República, para traduzirem os nossos valores em propostas concretas que melhorassem a qualidade de vida das famílias e das empresas”, afirmou o líder. Rodrigues dos Santos elogiou também “a forma elevada com que sempre representaram o partido num órgão de soberania de capital importância para a vida dos portugueses como é a Assembleia da República”.
Já questionado se conta com algum deles para o futuro, o presidente do CDS-PP ressalvou que “é uma decisão que não compete ao presidente do partido”. Ao admitir que soube “pela comunicação social da intenção desses mesmos deputados em não continuarem nessas funções no futuro”, Rodrigues dos Santos disse encara essas decisões “com alguma naturalidade”.
“É normal que haja renovação, que haja refrescamento, que haja oportunidades para novos protagonistas dentro do partido, até porque alguns deles são deputados há 30 anos, outros há 20 e outros há 15 anos”, defendeu. E lamentou que os deputados tenham anunciado publicamente a sua decisão não regressar à Assembleia da República antes da aprovação dos critérios de designação dos candidatos do CDS.
“Eu limito-me a respeitar o veredicto que tornaram público, sendo certo que só depois da aprovação dos critérios que será feita hoje em Conselho Nacional é que eu iniciarei conversas dentro do próprio partido para seleccionar os candidatos do partido às próximas eleições legislativas”, salientou. “A designação destes candidatos deve obedecer a princípios da renovação e de abertura à sociedade, e respeitar as regras da paridade”.