Associações dizem que estações da nova BUGA atrapalham peões
MUBi e ACAPO defendem que as estações não deveriam ser construídas nos passeios. Autarquia garante que as construções “não impedem ninguém de passar” pois estão em passeios largos.
A MUBi (Associação pela Mobilidade Urbana em Bicicleta) e a ACAPO (Associação dos Cegos e Amblíopes de Portugal) pedem à Câmara Municipal de Aveiro que não coloque as estações da nova bicicleta BUGA sobre passeios, de forma a não prejudicar os peões. A autarquia refere que “já estão quase todas instaladas” e que não as vai mudar de sítio, garantindo que “não impedem ninguém de passar”.
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A MUBi (Associação pela Mobilidade Urbana em Bicicleta) e a ACAPO (Associação dos Cegos e Amblíopes de Portugal) pedem à Câmara Municipal de Aveiro que não coloque as estações da nova bicicleta BUGA sobre passeios, de forma a não prejudicar os peões. A autarquia refere que “já estão quase todas instaladas” e que não as vai mudar de sítio, garantindo que “não impedem ninguém de passar”.
As duas associações defendem que as docas deviam ser implementadas “em espaço retirado ao automóvel, tal como indicam os manuais de boas práticas na área da mobilidade”, lê-se em comunicado. Fonte do gabinete de Ribau Esteves, presidente da Câmara Municipal de Aveiro, diz que as estações estão instaladas apenas “em passeios largos ou praças”, deixando espaço suficiente para as pessoas passarem, e que não faria sentido construí-las na rua, o que iria “estreitar as faixas de rodagem”.
A autarquia explica que instalou as docas da chamada BUGA 2 em locais com “uma grande zona pedonal” e próximos de ciclovias, estacionamentos e zonas verdes. Mas para a MUBi e a ACAPO, estes equipamentos “prejudicam todas as pessoas que andam a pé, mas principalmente aquelas com deficiência ou mobilidade reduzida, e muito especialmente pessoas com deficiência visual”.
Rui Igreja, dirigente da MUBi citado em nota de imprensa, refere que ao se colocar bicicletas nos passeios e espaços pedonais estão-se a “criar conflitos entre peões e utilizadores de bicicleta e a passar a mensagem de que o carro é intocável”. O presidente da delegação da ACAPO do distrito de Aveiro, Jorge Anjos, acrescenta que tanto a Convenção das Nações Unidas sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência como a legislação nacional “prevêem a identificação e eliminação de obstáculos e barreiras na via pública”.
“Aveiro é uma cidade que adequa o trânsito à vida da bicicleta” e que já incentivava a mobilidade suave antes desta “ser conhecida por esse nome”, contrapõe fonte do gabinete do presidente da autarquia. A BUGA foi lançada em 1999 e foi pioneira no país. Nessa altura foi criada uma pista ciclável na Avenida Lourenço Peixinho e hoje já existem várias em outras zonas da cidade.
O novo sistema de bicicletas partilhadas em Aveiro, que vai deixar de ser gratuito como o seu predecessor, teve um investimento de cerca de 720.000 euros. Ao todo vão existir 204 bicicletas, espalhadas por 20 estações, as quais são activadas através de uma aplicação para smartphone. As BUGA originais vão deixar de estar em circulação, sendo apenas utilizadas para momentos especiais.
Texto editado por Ana Fernandes