Covid-19 em Portugal: mais 17 mortes e 3773 casos, o número mais elevado em quatro meses
Número de doentes internados voltou a subir. Há agora 681 pessoas hospitalizadas, 105 nos cuidados intensivos. Há mais 1494 pessoas recuperadas. R(t) e incidência sobem.
Portugal registou, esta terça-feira, mais 3773 casos de infecção e 17 mortes por covid-19. De acordo com o boletim epidemiológico da Direcção-Geral da Saúde (DGS), divulgado esta quarta-feira, o total de vítimas mortais sobe assim para 18.370 e o número total de infectados desde o início da pandemia é de 1.130.090.
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Portugal registou, esta terça-feira, mais 3773 casos de infecção e 17 mortes por covid-19. De acordo com o boletim epidemiológico da Direcção-Geral da Saúde (DGS), divulgado esta quarta-feira, o total de vítimas mortais sobe assim para 18.370 e o número total de infectados desde o início da pandemia é de 1.130.090.
O número de casos desta terça-feira é o mais elevado em quatro meses. Desde o dia 22 de Julho (boletim do dia 23) que o número de casos diários não era tão alto. Nesse dia, foram contabilizados 3794 infecções em 24 horas.
O número total de doentes internados subiu esta terça-feira pelo décimo sétimo dia consecutivo e desde o dia 5 de Novembro. O relatório de situação indica que há agora 681 doentes com covid-19 nos hospitais, mais 32 do que na actualização anterior. Nos cuidados intensivos há mais 12 pacientes, num total de 105.
Segundo as “linhas vermelhas” traçadas pela DGS e pelo Instituto de Saúde Dr Ricardo Jorge (INSA), o número total de doentes covid-19 críticos em Portugal continental deve permanecer abaixo de 255, o que significa que, nesta altura, 41% deste valor está ocupado (105 camas ocupadas em cuidados intensivos). A DGS explicava que estas “linhas vermelhas”, que constam de um relatório divulgado semanalmente pelas duas entidades, serviriam para, a cada momento, afinar as medidas às diferentes fases da epidemia. A partir de uma série de indicadores quantitativos, Portugal percebe se deve apertar ou aliviar as medidas.
Apesar de Portugal estar ainda longe desta “linha vermelha”, a percentagem de doentes em unidades de cuidados intensivos (UCI) face ao número total de hospitalizações é agora mais elevada do que noutras vagas da pandemia. Nesta terça-feira, 15,4% do total dos internados (681) estão em UCI (105). No dia com mais casos desde o início da pandemia (27 de Janeiro de 2021), 11,9% dos internados (6565) estavam em UCI (782). No dia com mais internados (31 de Janeiro) 12,5% dos internados (6869) estavam em UCI (865) e no dia com mais internados em UCI (4 de Fevereiro) 14,1% dos internados (6412) estavam em UCI (904).
As infecções desta terça-feira foram registadas principalmente na faixa etária dos 40 aos 49 anos (645 novos casos), na dos 0 aos 9 anos (530 novos casos), na dos 50 aos 59 anos (507 casos) e na dos 19 aos 29 anos (488 casos). Foi nos grupos etários acima dos 70 anos que foram registados menos casos.
As autoridades de saúde deram como recuperadas mais 1494 pessoas nesta terça-feira, num total de 1.063.689 recuperações desde que a pandemia começou. Existem mais 2262 casos activos, o que significa que 48.032 portugueses ainda lidam com a doença. Há agora mais 2296 contactos em vigilância pelas autoridades de saúde, num total de 49.654.
A ministra da Saúde já tinha revelado, na manhã desta quarta-feira, que tinham sido registados “mais de 3000 novos casos de infecção” por covid-19 em 24 horas, antecipando os números da Direcção-Geral da Saúde. “Temos uma pandemia que continua a crescer. Hoje são mais de 3000 novos casos de infecção, como brevemente será conhecido, temos um programa de vacinação que temos de continuar a realizar e acompanhar e a efectivar, temos cuidados para recuperar”, disse Marta Temido na Assembleia da República, numa audição da Comissão Parlamentar de Saúde sobre o Centro Hospitalar de Setúbal.
A maior parte dos novos casos foi registada em Lisboa e Vale do Tejo (1126 novas infecções ou 29,8%) e, depois, no Norte (1090 novos casos ou 28,8%) e no Centro (912 casos ou 24,1%).
Lisboa e Vale do Tejo é a região com o maior número de casos acumulados e de mortes do país: há 434.759 casos confirmados e 7802 óbitos (seis em 24 horas). O Norte é a segunda: são 426.614 os registos de infecção e 5633 mortes por covid-19 (duas em 24 horas). O Centro contabiliza 155.774 infecções e 3240 mortes (mais sete). O Alentejo totaliza 41.764 casos (186 novos) e 1059 mortes. No Algarve, há 47.194 casos de infecção (mais 284) e 500 óbitos. A Madeira regista 14.055 casos de infecção (70 novos) e 88 mortes (mais duas). Já os Açores somam 9981 casos (mais 105) e 48 mortes.
Os dados do relatório da DGS indicam que do total de mortes registadas 9617 são homens e 8753 são mulheres. Das 18.370 pessoas que morreram até à data de covid-19 em Portugal, 11.978 tinham mais de 80 anos, o que corresponde a 65,2%. Das 17 mortes contabilizadas esta terça-feira, dez foram registadas na faixa etária acima dos 80 anos, quatro na faixa etária dos 70 aos 79 anos e três na dos 60 aos 69 anos.
Incidência e R(t) sobem
Os indicadores da matriz de risco, que monitoriza a evolução da situação epidemiológica no país, foram actualizados esta quarta-feira. Segundo os últimos dados, Portugal está na “zona vermelha” e tanto a incidência como o R(t) subiram. O R(t) – ou índice de transmissibilidade – está nos 1,20 a nível nacional e se for considerado apenas o Continente. Já a incidência situa-se em 251,1 casos por 100 mil habitantes a nível nacional e em 251,3 casos se olharmos apenas para o território continental.
Na actualização anterior, feita na segunda-feira, o R(t) era de 1,19 a nível nacional e de 1,20 se for considerado apenas o continente e a incidência era de 228,9 casos a nível nacional e 228,8 em termos continentais.