Rio diz que adiar extinção do SEF permite que próximo Governo repense decisão
No entender do presidente social-democrata, o adiamento da extinção do SEF é “positivo”.
O presidente do PSD considerou esta quarta-feira positivo o pedido do PS para adiar por seis meses a extinção do SEF por permitir ao próximo executivo “repensar a situação”, apesar de ser um “ponto de fraqueza” para o Governo socialista.
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O presidente do PSD considerou esta quarta-feira positivo o pedido do PS para adiar por seis meses a extinção do SEF por permitir ao próximo executivo “repensar a situação”, apesar de ser um “ponto de fraqueza” para o Governo socialista.
O PS quer adiar a extinção do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras por mais seis meses alegando a necessidade de reforçar o controlo de fronteiras devido à pandemia de covid-19, segundo um projecto de lei entregue esta quarta-feira no Parlamento.
Questionado sobre este pedido dos socialistas no final de uma reunião com o primeiro-ministro sobre a pandemia, o líder do PSD, Rui Rio, começou por recordar que o seu partido é contra a extinção deste organismo.
“Portanto, se a proposta é adiar por seis meses a entrada em vigor da extinção do SEF, considerando que no dia 30 de Janeiro, inclusive, há eleições legislativas, isto dá até a possibilidade de o Governo saído dessas eleições poder repensar a situação. Desse ponto de vista, naquilo que é a nossa posição, parece-me positivo”, referiu.
No entanto, e apesar de não querer chamar uma derrota, Rio considera que este pedido do PS “é negativo para o Governo, é um ponto de fraqueza para o Governo” já que defendiam esta proposta.
“Mas, daquilo que é a nossa posição, uma vez que nós entendemos que o SEF não deve ser extinto, se vamos empurrar mais seis meses, nós vamos permitir que o próximo Governo, seja de que partido for, tenha uma palavra a dizer relativamente a isso”, insistiu, considerando que o “adiamento por seis meses para quem defende que não deveria ser extinto, obviamente que é um aspecto positivo”.
A lei publicada em Diário da República prevê a extinção do SEF em 11 de Janeiro de 2022.
O projecto de lei do PS agora entregue na Assembleia da República adia a extinção deste serviço de segurança por mais seis meses com a justificação da evolução da situação epidemiológica da covid-19 nas últimas semanas em Portugal, em que se prevê “a necessidade de reforçar o controlo fronteiriço, designadamente no que concerne à verificação do cumprimento das regras relativas à testagem”.
O diploma de 12 de Novembro determina que as actuais atribuições em matéria administrativa do SEF relativamente a cidadãos estrangeiros passam a ser exercidas pela Agência Portuguesa para as Migrações e Asilo (APMA), que o Governo terá de criar por decreto-lei, e pelo Instituto dos Registos e do Notariado (IRN), além de terem que ser transferidas as competências policiais para a PSP, GNR e PJ.
“A lei de 12 de Novembro, que procede à restruturação do sistema português de controlo de fronteiras, entra em vigor já no próximo dia 11 de Janeiro de 2022. Considera-se, por isso, necessária a prorrogação do prazo de entrada em vigor da referida lei e da consequente regulamentação, garantindo-se que não ocorrem alterações institucionais ao controlo fronteiriço no actual contexto pandémico”, refere o projecto de lei assinado pelos deputados socialistas Ana Catarina Mendes, Constança Urbano de Sousa e Pedro Delgado Alves.
Os socialistas querem que a passagem das competências policiais do SEF para a PSP, GNR e Polícia Judiciária e a criação da APMA se concretize em Maio em vez de Janeiro de 2022. Caso o projecto de lei do PS seja aprovado, a extinção do SEF será concretizada pelo Governo que sairá das eleições legislativas que se realizam a 30 de Janeiro.