Rúben Amorim quer encaixe financeiro na Champions para segurar jogadores
Treinador do Sporting salienta a importância de vencer o Dortmund, assumindo que a equipa portuguesa está a atravessar um bom momento e pode alcançar os oitavos-de-final.
O treinador do Sporting assumiu esta terça-feira que o apuramento para os oitavos-de-final da Liga dos Campeões de futebol é importante pelo encaixe financeiro, uma vez que isso permitiria manter os principais jogadores no clube.
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O treinador do Sporting assumiu esta terça-feira que o apuramento para os oitavos-de-final da Liga dos Campeões de futebol é importante pelo encaixe financeiro, uma vez que isso permitiria manter os principais jogadores no clube.
Rúben Amorim foi confrontado em conferência de imprensa, de antevisão do encontro com o Borussia Dortmund desta quarta-feira (20h, Eleven Sports), com a possibilidade de se tornar no primeiro treinador dos leões a vencer uma equipa alemã desde Marco Silva, em 2014, mas apressou-se a desvalorizar os objectivos pessoais.
“Só penso em vencer pelos meus jogadores, pelo encaixe financeiro, porque passando à próxima fase podemos aguentar mais os jogadores e não temos de estar sempre com essa preocupação. Penso no futuro do clube, na alegria dos adeptos, mais do que ficar na história porque ganhámos a uma equipa alemã”, salientou.
Amorim sublinhou que o objectivo é “tornar o Sporting num clube que ganha aos espanhóis, aos italianos ou aos alemães” e assumiu que isso “passa muito por estes encaixes, que permitem segurar os jogadores e fazer crescer o clube e a Academia”.
“Não é que a parte financeira me interesse. Quero manter os jogadores, sabendo que é muito importante ter receitas e sabemos do nosso momento. Queremos passar [aos oitavos-de-final] porque o Sporting merece, é um grande cube, mas temos um longo caminho a percorrer, que depende destas coisas”, esclareceu.
Para isso, o técnico assumiu que o Sporting tem de ser “muito melhor do que em Dortmund”, de onde saiu derrotado por 1-0, uma vez que “o empate dá uma grande vantagem” ao adversário de quarta-feira, mas assumiu que a equipa está “num bom momento”.
“Temos o plantel todo disponível, tirando o Jovane e o Ruben Vinagre, o que nos dá mais condições. Sabemos que podemos ter mais bola, mas também que o Borussia Dortmund nos vai empurrar para a nossa baliza. Portanto, olhando para o jogo de lá, temos de ser melhores ofensivamente, mantendo a nossa qualidade defensiva”, resumiu o treinador.
Em vários momentos de análise ao grupo C, Ruben Amorim reconheceu que o Sporting foi a equipa “que mais evoluiu” na Champions nesta época, mas lembrando que “era a que tinha mais margem para isso”, recordou que o Borussia Dortmund “era apontado como favorito” e elegeu o Ajax como “a melhor”.
Ainda a propósito dos holandeses, que os ‘leões’ enfrentam na sexta jornada, em Dezembro, após a goleada (5-1) sofrida em Alvalade no primeiro encontro da época, Ruben Amorim aproveitou para sugerir o nome do seu treinador ao Manchester United, quando confrontado com o possível interesse do clube inglês nos seus próprios serviços.
“Foram mandados não sei quantos nomes, estamos a falar de rumores. Mas, se me permitem a opinião, penso que deviam levar o [Erik] Ten Hag ainda esta semana. Era algo que me deixaria bastante contente”, gracejou.
A equipa de Rúben Amorim garante o apuramento para os oitavos de final se vencer por dois ou mais golos de diferença, mas também pode seguir para a Liga Europa se perder diante dos alemães.
Em caso de empate, o Sporting precisa de fazer melhor na última jornada, na deslocação ao terreno do Ajax, do que o Borussia Dortmund na recepção ao Besiktas.
Se vencer o Borussia Dortmund por menos de dois golos, o Sporting até pode perder na última jornada, mesmo que os alemães vençam os turcos, mas tem de segurar uma vantagem na diferença de golos marcados e sofridos que será, à entrada para essa jornada, favorável aos ‘leões’ em seis golos.
"Jogo exigente"
Por seu lado, o treinador do Borussia Dortmund antecipou que o encontro de Lisboa vai ser “muito exigente”, mas assumiu que não está surpreendido com as dificuldades que aguardam a equipa.
Marco Rose elogiou algumas individualidades do adversário, nomeadamente “o seis [Palhinha], o oito [Matheus Nunes], Sarabia, [Pedro] Gonçalves e Paulinho”, mas voltou-se de imediato para o colectivo.
“O Sporting tem uma equipa muito boa, de uma forma geral. Tem uma forma de jogar muito clara. Não é fácil defender contra o Sporting, vai ser muito exigente para nós, mas estamos na Liga dos Campeões, por isso, não me surpreende”, analisou.
Atento aos detalhes, Rose admitiu, mais do que uma vez, que o Borussia Dortmund “estudou bem” a equipa do Sporting e garantiu que não vê “nenhuma grande diferença” entre a equipa que perdeu (1-0) na Alemanha e a que vai tentar um resultado que lhe permita apurar-se para os oitavos de final.
O treinador admitiu, no entanto, que os índices de confiança dos ‘leões’ estarão, neste momento, mais elevados.
“Claro que agora estão mais confiantes, pois ganharam os últimos dois jogos da Champions. Estão numa situação em que vão entrar com tudo para ganhar, vão estar confiantes e com muita energia”, sustentou.
A braços com várias ausências na equipa, entre as quais Mats Hummels (castigado), Thorgan Hazard (covid-19) e Haaland (lesionado), o técnico dos alemães desvalorizou as ausências, lembrando que “não há nada a fazer” a não ser “utilizar os que estão bem e aptos”.
Se Witsel, antigo jogador do Benfica, está incluído nesse lote, Rose também não foi explícito.
“Esteve lesionado durante muito tempo. Estamos contentes por ter recuperado e jogou muito bem no último jogo na Bundesliga [I Liga alemã], mas veremos como vai reagir.”
A finalizar, depois de um mal-entendido com a tradução e de não ter percebido que a pergunta que lhe tinha sido feita era sobre Rúben Amorim, o treinador alemão teve ainda elogios para o seu homólogo português, que prometeu convidar para um convívio após o encontro desta quarta-feira.
“É um bom treinador, obviamente que não tinha percebido o nome. Nota-se de uma forma muito clara que organiza o jogo da sua equipa, a estratégia com e sem bola, todo o futebol do Sporting. É o campeão nacional. E amanhã [quarta-feira] vou convidar o Rúben [Amorim] para tomar um copo de vinho depois do jogo”, concluiu Rose.