DGS pede a pediatras parecer sobre vacinação de crianças dos cinco aos 11 anos

A Agência Europeia de Medicamentos deve anunciar as conclusões da avaliação sobre a administração da vacina da Pfizer/BioNTech em crianças dos cinco aos 11 anos na próxima semana.

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DGS apenas se pronunciará após a tomada de posição da Agência Europeia de Medicamentos Nelson Garrido

Para avaliar se as crianças entre os cinco e os 11 anos devem ou não ser vacinadas contra a covid-19, a Direcção-Geral da Saúde (DGS) pediu um parecer técnico ao grupo de trabalho de pediatras que se pronunciou sobre a vacinação dos adolescentes no Verão passado. A reactivação deste grupo de trabalho, adiantada este sábado pela RTP, foi confirmada ao PÚBLICO pela DGS, que precisou que a comissão técnica de vacinação contra a covid-19 pediu este contributo para mais tarde elaborar o seu parecer sobre esta matéria que se adivinha polémica, tal como aconteceu com a vacinação dos adolescentes, uma vez que os pediatras estão divididos sobre a matéria.

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Para avaliar se as crianças entre os cinco e os 11 anos devem ou não ser vacinadas contra a covid-19, a Direcção-Geral da Saúde (DGS) pediu um parecer técnico ao grupo de trabalho de pediatras que se pronunciou sobre a vacinação dos adolescentes no Verão passado. A reactivação deste grupo de trabalho, adiantada este sábado pela RTP, foi confirmada ao PÚBLICO pela DGS, que precisou que a comissão técnica de vacinação contra a covid-19 pediu este contributo para mais tarde elaborar o seu parecer sobre esta matéria que se adivinha polémica, tal como aconteceu com a vacinação dos adolescentes, uma vez que os pediatras estão divididos sobre a matéria.

Apesar de este trabalho já estar em curso, a DGS apenas se pronunciará após a tomada de posição da Agência Europeia de Medicamentos (EMA, na sigla em inglês), que deverá anunciar as conclusões da sua avaliação sobre a administração da vacina da Pfizer/BioNTech em crianças dos cinco aos 11 anos na próxima quarta-feira, segundo a Reuters. Mas isso não significa que, mesmo que seja aprovada, a vacinação das crianças avance de imediato em Portugal. 

Na sexta-feira, na reunião para análise da evolução da epidemia de covid-19 em Portugal, no Infarmed, Henrique Barros, presidente e investigador do Instituto de Saúde Pública da Universidade do Porto, defendeu que a vacinação das crianças “é uma prioridade”, tendo em conta que este grupo etário é actualmente aquele que tem maior incidência (novos casos de infecção), ao contrário do que acontecia no mesmo período do ano passado. Mas Henrique Barros também enfatizou que o processo apenas deve avançar “quando as vacinas estiverem inequivocamente aprovadas no nosso espaço geográfico e social”.  

“A EMA apenas avalia se a vacina passou nos testes de segurança e eficácia e, portanto, se pode ser usada. O regulador reage à indústria”, sublinha o presidente do colégio da especialidade de pediatria da Ordem dos Médicos, Jorge Amil Dias. O médico, que contestou a vacinação dos adolescentes saudáveis no Verão passado, considera que “não há um benefício evidente para a população infantil” e lembra que as crianças, apesar de se estarem a infectar, raramente ficam doentes com covid-19. “Não estão a necessitar de tratamento nem a pressionar os hospitais. Não há um benefício imediato da vacinação. O que está a pressionar as urgências de pediatria actualmente é a infecção pelo vírus sincicial respiratório”, nota. E acrescenta: “Espero que os responsáveis agora tenham mais cuidado. Na vacinação dos adolescentes, primeiro decidiu-se politicamente, depois, foi-se perguntar aos especialistas. Criou-se uma enorme confusão. Espero que agora aconteça o contrário”.

A vacinação das crianças a partir dos cinco anos arrancou nos Estados Unidos no início deste mês, depois o regulador do medicamento norte-americano, a FDA, a ter autorizado. “Nos EUA a cobertura vacinal dos adultos é baixa. É compreensível que os políticos fiquem aflitos com o espalhar da pandemia”, diz Jorge Amil Dias.