Rio só permite que Rangel possa escolher os cabeças de lista às próximas legislativas
Comissão política nacional aprovou os critérios de escolha dos candidatos a deputados do PSD.
A comissão política nacional liderada por Rui Rio aprovou os critérios gerais sobre a escolha dos candidatos a deputados para as próximas legislativas, mas atribui ao “presidente eleito” a competência para escolher os cabeças de lista em cada círculo eleitoral, de acordo com a acta a que o PÚBLICO teve acesso.
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A comissão política nacional liderada por Rui Rio aprovou os critérios gerais sobre a escolha dos candidatos a deputados para as próximas legislativas, mas atribui ao “presidente eleito” a competência para escolher os cabeças de lista em cada círculo eleitoral, de acordo com a acta a que o PÚBLICO teve acesso.
Assim, caso Paulo Rangel seja o líder eleito no dia 27, poderia apontar o número um da lista de cada distrito, uma perspectiva que esbarra com a visão do eurodeputado, que tem defendido o controlo total do processo por quem venha a assumir a liderança do PSD.
A aprovação dos critérios – que são semelhantes a outros anteriores – aconteceu na reunião da passada segunda-feira em que também foi aprovado o cronograma de todo o processo, que termina com a entrega das listas a 20 de Dezembro. Ambas as decisões foram tomadas por unanimidade.
O cronograma já seguiu para as estruturas do PSD e prevê que as concelhias se pronunciem até 25 de Novembro e as distritais cinco dias depois, tendo ficado estabelecido um período para negociação entre as estruturas e a direcção nacional até ao dia 6 de Dezembro. A questão pode gerar polémica caso o líder eleito do PSD a partir de dia 27 não seja Rui Rio. Nesse cenário, e em tese, Paulo Rangel teria de negociar com a comissão política nacional afecta a Rui Rio.
Na mensagem enviada às estruturas com o cronograma, o secretário-geral, José Silvano, justifica as decisões com o “dever” da comissão política nacional de conduzir o processo de escolha e a “responsabilidade” de apresentar as listas, referindo ainda a necessidade de “acautelar procedimentos para uma eventual aprovação de coligações nacionais” e pedidos de “empréstimo” para “financiamento” da campanha.
Rui Rio confirmou aos jornalistas, na manhã desta quarta-feira, que foi discutida na reunião da comissão política a possibilidade de uma coligação pré-eleitoral com o CDS, mas que “não foi colocada à votação”. De acordo com o jornal Observador, vários membros da comissão política foram contra esta opção colocada em cima da mesa pelo actual líder do PSD.