Governo avisa: “Ninguém deve ir trabalhar com sintomas” de covid-19
Sem nunca levantar o véu sobre as medidas que poderão ser adoptadas, a ministra da Presidência disse ainda que “é preciso saber agora que medidas são necessárias” para conter uma nova vaga de covid-19: “Não prevemos medidas com um nível e com a gravidade que já foram tomadas no passado, porque a população está mais protegida.”
A ministra do Estado e da Presidência acredita que as medidas de protecção individual contra a covid-19, como a testagem mais frequente, evitando ajuntamentos e mantendo a distância, deverão voltar. “Temos de voltar a ser mais cuidadosos”, defendeu, esta quarta-feira, em declarações à RTP. Mariana Vieira da Silva alertou ainda para a necessidade de se estar atento aos sintomas: “Ninguém deve ir trabalhar com sintomas, o que podia ser uma constipação ou uma gripe antes, hoje pode não ser”, afirma.
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A ministra do Estado e da Presidência acredita que as medidas de protecção individual contra a covid-19, como a testagem mais frequente, evitando ajuntamentos e mantendo a distância, deverão voltar. “Temos de voltar a ser mais cuidadosos”, defendeu, esta quarta-feira, em declarações à RTP. Mariana Vieira da Silva alertou ainda para a necessidade de se estar atento aos sintomas: “Ninguém deve ir trabalhar com sintomas, o que podia ser uma constipação ou uma gripe antes, hoje pode não ser”, afirma.
Os alertas surgem numa altura em que a incidência e a transmissão da covid-19 voltaram a aumentar em Portugal. Na terça-feira, o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, defendeu que o uso obrigatório de máscara na rua deve ser reposto, mas sublinhou que a implementação de medidas para conter esta nova vaga será ponderada “calmamente, serenamente”.
A próxima reunião de peritos na sede do Infarmed está marcada para sexta-feira, depois de um interregno de dois meses – e Mariana Vieira da Silva diz que só depois dessa reunião se poderá falar em novas medidas de contenção da pandemia. “Não podemos dizer que vamos ouvir os especialistas e ficar a tomar decisões”, argumenta.
Sem nunca levantar o véu sobre as medidas que poderão ser adoptadas, a ministra da Presidência lembrou: “Quando apresentámos as medidas de desconfinamento, apresentámos sempre com a ideia de que se os indicadores voltarem a agravar, há um conjunto de medidas que podem ter de regressar.”
Diz ainda que é possível que os indicadores das linhas vermelhas possam ser revistos: “Há números definidos, que são as linhas vermelhas, é preciso voltar a olhar para esses números” e “perceber se estão actuais, é isso que vamos fazer na sexta-feira”.
Necessárias mais medidas, mas não tão restritivas
Horas mais tarde, e questionada pelos jornalistas à margem do 1.º Fórum Portugal Contra a Violência, que decorre quarta e quinta-feira na reitoria da Universidade Nova de Lisboa, a ministra não se quis comprometer com medidas concretas a ser adoptadas.
“É preciso agora saber que medidas são necessárias. Não prevemos medidas com um nível e com a gravidade que já foram tomadas no passado, porque a população está mais protegida, mas não deixaremos de tomar as medidas necessárias”, disse a ministra.
“Nós vivemos numa situação em que é importante que exista um compromisso nacional alargado para estas medidas e é nisso que estamos a trabalhar. Teremos tempo para falar sobre as medidas. Agora é tempo de trabalhar, com os especialistas primeiro, com os partidos políticos depois, para tomar as medidas necessárias. Aquilo que o Governo garante, como garantiu sempre, é que nunca deixará de tomar as medidas que sejam consideradas necessárias”, disse.
O PÚBLICO ouviu alguns especialistas para perceber que medidas poderão estar em cima da mesa. E as opiniões dividem-se: alguns especialistas acreditam que a vacinação (e o seu reforço, no caso dos grupos vulneráveis) deve ser reforçada com medidas de protecção individual. Mas há ainda quem advogue que temos de confiar nas vacinas: “Nós que temos uma vacinação fantástica estamos a fazer a discussão de medidas não-farmacológicas iguais aos países que têm níveis de vacinação mais baixos. Isto não faz sentido”.