As cascas do lixo de 12 concelhos de Évora vão ser “transformadas” em apoios para IPSS

Ao longo dos próximos meses, a Gesamb vai instalar 28 compostores comunitários de 12 municípios do distrito de Évora e distribuir 4500 compostores domésticos pelas respectivas populações.

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Rui Gaudencio

As cascas do lixo produzidas pela população de 12 concelhos do distrito de Évora vão poder ser “transformadas” em apoio monetário para instituições públicas de solidariedade social (IPSS) que ajudam pessoas com deficiência da região.

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As cascas do lixo produzidas pela população de 12 concelhos do distrito de Évora vão poder ser “transformadas” em apoio monetário para instituições públicas de solidariedade social (IPSS) que ajudam pessoas com deficiência da região.

Trata-se do novo projecto da empresa Gesamb - Gestão Ambiental e de Resíduos, responsável pelo tratamento de lixo de 12 dos 14 concelhos do distrito de Évora, denominado Missão Cascas Solidárias, que arrancou esta quarta-feira, 17 de Novembro, em Alandroal, com uma acção de sensibilização.

No âmbito da iniciativa, a Gesamb indicou que, ao longo dos próximos meses, vai instalar 28 compostores comunitários nos 12 municípios da sua área de intervenção e distribuir 4500 compostores domésticos pelas respectivas populações. Segundo a empresa, o projecto “promete revolucionar a forma como as populações” destes concelhos de Évora “podem ser agentes activos de mudança para um futuro sustentável e mais solidário”.

Considerada “pioneira na região”, a iniciativa pretende “incentivar as populações e organizações a adoptarem hábitos de reciclagem do lixo orgânico que produzem, ao mesmo tempo que contribuem para ajudar localmente quem mais precisa”.

O “desvio de resíduos urbanos biodegradáveis de aterro” para a reciclagem vai originar “benefício económico de valor a determinar”, o qual será entregue a IPSS locais ou regionais, explicou a empresa. Assim, a reciclagem das “cascas das frutas, legumes, talos e folhas, excluindo proteína animal e óleos alimentares”, vai “contribuir para angariar apoios” para as IPSS que ajudam pessoas com deficiência e necessidades especiais.

A Gesamb realçou que o valor monetário a entregar a estas instituições “será calculado em função da quantidade de resíduos orgânicos desviados de aterro”, mas também do “número de equipamentos domésticos e comunitários entregues”. “Quanto mais pessoas aderirem à prática da compostagem, mais significativo será o apoio prestado às instituições seleccionadas”, frisou, adiantando que, para esta fase, já foram sorteadas três instituições que serão beneficiadas. A Associação Sociocultural Terapêutica de Évora (ASCTE) e as cooperativas para a educação, reabilitação, capacitação e inclusão de Estremoz (CerciEstremoz) e de Montemor-o-Novo (CerciMor) são as instituições a apoiar.

De acordo com a empresa, a Missão Cascas Solidárias vai ao encontro das metas europeias e nacionais para a prevenção e valorização dos resíduos e da obrigatoriedade de recolha selectiva de biorresíduos a partir de 2024. “A compostagem (doméstica e comunitária) abarca a parte ainda pouco valorizada do lixo doméstico que são os resíduos orgânicos, que representam cerca de 38,51% do total dos resíduos produzidos na região”, assinalou.

Os 12 municípios que integram a Gesamb e estão abrangidos pelo projecto, que vai decorrer até Agosto de 2022, são Alandroal, Arraiolos, Borba, Estremoz, Évora, Montemor-o-Novo, Mora, Mourão, Redondo, Reguengos de Monsaraz, Vendas Novas e Vila Viçosa.