Nascer prematuro: o que precisa de saber
O nascimento de uma criança prematura exige cuidados médicos diferenciados e pode gerar angústia aos pais. Contudo, é importante realçar que, graças ao desenvolvimento significativo da Medicina, são cada vez mais as histórias com final feliz. Hoje é o Dia Mundial da Prematuridade.
A prematuridade, que se define como o nascimento antes das 37 semanas de gravidez, é uma realidade em todo o mundo, apresentando uma tendência crescente na maioria dos países nos últimos 20 anos. Segundo a Organização Mundial de Saúde, estima-se que nasçam anualmente, em todo o mundo, cerca de 15 milhões de recém-nascidos prematuros, o que corresponde a mais do que 1 em cada 10 recém-nascidos.
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A prematuridade, que se define como o nascimento antes das 37 semanas de gravidez, é uma realidade em todo o mundo, apresentando uma tendência crescente na maioria dos países nos últimos 20 anos. Segundo a Organização Mundial de Saúde, estima-se que nasçam anualmente, em todo o mundo, cerca de 15 milhões de recém-nascidos prematuros, o que corresponde a mais do que 1 em cada 10 recém-nascidos.
Nos países com baixo poder socioeconómico, o prognóstico de um bebé grande prematuro é significativamente pior do que o do recém-nascido que nasce num país de maior poder económico. Os problemas residem não só no acompanhamento das grávidas, mas também nas condições e tratamentos oferecidos ao recém-nascido prematuro.
Em Portugal, a mortalidade neonatal apresenta números particularmente baixos, situando o nosso país como um dos melhores da Europa. Contudo, a incidência da prematuridade tem aumentando gradualmente nos últimos anos, em parte devido à idade materna avançada e ao recurso a técnicas de reprodução medicamente assistida, que resultam mais frequentemente em gravidezes gemelares, havendo maior probabilidade de partos prematuros.
A área da Medicina, em particular da Pediatria, dedicada a este grupo etário é a Neonatologia, cujo conhecimento muito tem evoluído nas últimas décadas, a par da evolução tecnológica, que tem permitido tratar mais doenças e de forma mais eficiente. Também é de salientar a evolução na área da Obstetrícia, que oferece cada vez melhor seguimento às grávidas, disponibilizando intervenções que favorecem o prognóstico dos recém-nascidos pré-termo.
O recém-nascido prematuro apresenta imaturidade de vários órgãos e sistemas, que é tanto maior quanto menor a idade gestacional. Nascer com menos de 32 semanas de idade gestacional requer maior tempo de internamento nas Unidades de Cuidados Intensivos Neonatais, há maior número de complicações, maior mortalidade e problemas de saúde a longo prazo, nomeadamente auditivos, visuais e do desenvolvimento psicomotor.
Existem vários factores de risco conhecidos para o nascimento prematuro, que incluem causas relacionadas com a idade e o estado de saúde maternos e factores relacionados com o feto. São causas comuns de prematuridade a gravidez de gémeos, infecções, doenças maternas como Hipertensão arterial ou Diabetes. Num número significativo de casos não é possível identificar qual o factor que espoletou o parto.
Um estilo de vida saudável por parte da mãe é promotor da saúde fetal, sendo importante evitar situações como excesso de peso e obesidade, o tabagismo e o consumo de drogas. O acompanhamento médico regular da grávida é fundamental na optimização das estratégias promotoras do bem-estar fetal.
A experiência dos pais dos recém-nascidos prematuros que passam pelas Unidades de Cuidados Intensivos é habitualmente intensa do ponto de vista emocional. Todos os dias, cada bebé e os seus pais têm muitos desafios a superar, com avanços e retrocessos, com momentos de alegria e outros de tristeza. Os pais podem contar com uma equipa diferenciada e experiente para os acompanhar neste processo. Nestes casos há sempre uma grande vinculação entre os pais e a equipa que os acompanha.
Em Portugal, a integração dos pais nos cuidados ao bebé prematuro internado na Unidade de Neonatologia é uma prioridade, sendo promovida a sua participação nas rotinas dos cuidados, bem como a promoção do vínculo entre os pais e o bebé, por exemplo com o contacto pele-a-pele e o incentivo ao aleitamento materno.
Nos últimos anos têm surgido associações de apoio aos pais de bebés prematuros, permitindo reunir e partilhar as experiências relacionadas com a prematuridade, e que são mais um suporte para os pais.