Polónia usa canhões de água contra migrantes na fronteira
Imagens foram divulgadas pelas próprias autoridades polacas. Há milhares de pessoas na fronteira, encorajadas pelas autoridades bielorrussas, a tentar entrar.
As forças de segurança da Polónia usaram canhões de água contra um grupo de migrantes que está na fronteira a tentar entrar, depois de terem avisado que usariam a força se estes desobedecessem a ordens para não avançar, segundo imagens das autoridades polacas difundidas através da TV estatal. As autoridades dizem que usaram canhões de água porque alguns migrantes atiraram pedras.
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As forças de segurança da Polónia usaram canhões de água contra um grupo de migrantes que está na fronteira a tentar entrar, depois de terem avisado que usariam a força se estes desobedecessem a ordens para não avançar, segundo imagens das autoridades polacas difundidas através da TV estatal. As autoridades dizem que usaram canhões de água porque alguns migrantes atiraram pedras.
“Atenção, atenção, se não seguirem as ordens, será usada força contra vocês”, dizia uma mensagem por altifalante, ainda segundo as imagens do Ministério da Defesa, citada pela Reuters.
Há milhares de pessoas nas fronteiras da Bielorrússia com a Polónia, em acampamentos sem condições, quando as temperaturas à noite são negativas. Muitas foram até para Minsk com promessas de que conseguiriam entrar no espaço da União Europeia. As autoridades polacas dizem que são as próprias autoridades bielorrussas que levam os migrantes da capital para a fronteira, em autocarros. Uma vez lá chegados, não os deixam voltar para trás. Alguns migrantes, citados pelo The New York Times, disseram ter sido levados em autocarros militares até à zona da fronteira e recebido não só instruções, mas até ferramentas para cortar o arame farpado na fronteira.
Desde o início da crise morreram pelo menos 11 migrantes, segundo a Euronews.
A União Europeia acusa a Bielorrússia de levar a cabo um “ataque híbrido”, usando migrantes, para desestabilizar o bloco, em resposta a sanções que Bruxelas decidiu no período pós-eleitoral e após o desvio de um voo comercial pelas autoridades bielorrussas para deterem um jornalista. A UE tem vindo a aprovar ainda mais sanções: esta segunda-feira foi decidido o quinto pacote.
Comentando a tensão na fronteira, o vice-primeiro-ministro Jaroslaw Kaczynski disse, esta terça-feira, numa entrevista à rádio pública polaca, que espera que não haja uma escalada. “Já estamos numa guerra híbrida, mas penso que uma guerra com o uso de armas não é uma hipótese provável. Uso o termo ‘provável’ porque estamos a lidar com um opositor imprevisível”, acrescentou.
O Ministério da Defesa da Polónia afirmou, no Twitter, que as autoridades bielorrussas deram aos migrantes granadas de som para atirar aos soldados e guardas fronteiriços polacos. O país enviou para a fronteira mais de 20 mil elementos para impedir a entrada dos migrantes.
Na Lituânia, as autoridades dizem que a situação está controlada e que foram detidas 47 pessoas que tinham tentado passar a fronteira, segundo a Reuters.