Recuperados cerca de 500 quilómetros de muros de xisto no Douro em 20 anos
Os muros em pedra posta de xisto são considerados dos elementos mais marcantes na paisagem duriense, Património Mundial da Humanidade desde 2001.
Em 20 anos foram recuperados cerca de 500 quilómetros dos tradicionais muros de xisto que sustentam os socalcos no Douro e são um dos elementos distintivos do Património Mundial da UNESCO, disse a directora regional de Agricultura.
A verdade faz-nos mais fortes
Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.
Em 20 anos foram recuperados cerca de 500 quilómetros dos tradicionais muros de xisto que sustentam os socalcos no Douro e são um dos elementos distintivos do Património Mundial da UNESCO, disse a directora regional de Agricultura.
“Hoje são mais de 500 quilómetros de muros que se conseguiram recuperar com os apoios canalizados para estes investimentos”, afirmou Carla Alves, da Direcção Regional de Agricultura e Pescas do Norte (DRAPN), que falava na apresentação do programa de comemorações dos 20 anos do Douro Património Mundial da UNESCO.
Os muros em pedra posta de xisto são considerados dos elementos mais marcantes na paisagem duriense, Património Mundial da Humanidade desde 2001.
O Ministério da Agricultura, através da DRAPN, é uma das instituições que integra a comissão organizadora desta celebração que arranca a 14 de Dezembro, em Lamego, e se prolonga até 14 de Dezembro de 2022.
Carla Alves destacou que as comemorações dos 20 anos do Alto Douro Vinhateiro coincidem com os 20 anos da criação do programa VITIS.
“Este programa permitiu reestruturar qualquer coisa como 20 mil hectares de vinha, os agricultores fizeram um tremendo esforço, mas também houve um apoio financeiro forte, falamos de cerca de 250 milhões de euros para esta reestruturação de vinhas”, salientou a responsável.
Carla Alves referiu ainda que vai ser lançada uma brochura, em 2022, e realizados seminários, nos quais será dado destaque aos vários investimentos que foram feitos ao longo destes “20 anos não só na reestruturação das vinhas, mas também na manutenção dos muros de pedra posta”.
No âmbito das comemorações, a DRAPN vai também colaborar na criação do prémio “Vinha D'Ouro 2022” que visa distinguir as boas práticas em viticultura que salvaguardem os interesses patrimoniais e que sejam exemplo de boas práticas do ponto de vista ambiental, no território classificado pela UNESCO.
O vinho, cujo lote está para aprovação pelo Instituto dos Vinhos do Douro e Porto (IVDP), foi produzido na Quinta de Santa Bárbara, em São João da Pesqueira.
Segundo a directora regional, nesta quinta, propriedade do Ministério da Agricultura, vai ser investido cerca de um milhão de euros para a sua reestruturação e criação de um pólo da rede de inovação do Douro, através da Agenda de Inovação para a Agricultura.
A 27 de Novembro a ministra da Agricultura deslocar-se-á ao Douro assinar a parecia com o autarca de São João da Pesqueira.
O ADV constitui o contínuo mais representativo e melhor conservado da Região Demarcada do Douro (RDD), a mais antiga região vitícola demarcada e regulamentada do mundo (1756).
A área classificada compreende 24.600 hectares, cerca de um décimo da RDD (250.000 hectares), estendendo-se ao longo das encostas do rio Douro e dos seus afluentes.
A zona classificada atravessa os concelhos de Mesão Frio, Peso da Régua, Santa Marta de Penaguião, Vila Real, Alijó, Sabrosa, Carrazeda de Ansiães, Torre de Moncorvo, Lamego, Armamar, Tabuaço, São João da Pesqueira e Vila Nova de Foz Côa.