Associação intermunicipal garante 4 milhões para Corredor Verde do Leça

O dinheiro chegará por via de candidatura a fundos comunitários realizada pelos quatro municípios onde a obra está a ser levada a cabo, que já formalizaram a constituição de uma associação.

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Obras do Corredor Verde do rio Leca na zona do Parque das Varas, Leça do Balio ADRIANO MIRANDA

A primeira fase está em vias de terminar, mas ainda há mais dois lanços pela frente para que a obra do Corredor Verde do rio Leça esteja concluída. Para que a meta seja atingida, foi assinado neste fim-de-semana, pelos quatro municípios por onde passa aquele que já foi um dos rios mais poluídos da Europa, um protocolo para candidatura a fundos comunitários, no valor de 4 milhões de euros.

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A primeira fase está em vias de terminar, mas ainda há mais dois lanços pela frente para que a obra do Corredor Verde do rio Leça esteja concluída. Para que a meta seja atingida, foi assinado neste fim-de-semana, pelos quatro municípios por onde passa aquele que já foi um dos rios mais poluídos da Europa, um protocolo para candidatura a fundos comunitários, no valor de 4 milhões de euros.

Os municípios de Santo Tirso - onde nasce o Leça -, Valongo, Maia e Matosinhos, onde desagua no mar, juntaram-se para garantir maior folga financeira à obra orçada em 28 milhões de euros. No dia da assinatura do protocolo estavam também presentes o ministro do Ambiente, João Pedro Matos Fernandes, e o vice-presidente da Agência Portuguesa do Ambiente, Pimenta Machado. 

Com a caneta na mão para subscrever o documento estiveram Luísa Salgueiro, presidente da câmara de Matosinhos, do Conselho Executivo do Corredor do Rio Leça, e os seus homólogos das autarquias vizinhas e vice-presidentes do Conselho Executivo da Corredor do Rio Leça, António Silva Tiago, a representar a Maia, José Manuel Ribeiro, que lidera Valongo, e Alberto Costa, autarca de Santo Tirso.

Este compromisso foi estabelecido no mesmo dia em que foram inauguradas no Centro Empresarial da Lionesa, em Leça do Balio, as instalações da Associação de Municípios do Corredor do Rio Leça, formalizada em Maio deste ano. 

O protocolo para a candidatura ao Programa Operacional Competitividade e Internacionalização (COMPETE 2020) estabelece a cooperação entre a APA e a associação composta pelos quatro municípios. De acordo com a página online da Câmara Municipal de Valongo, o valor inscrito na candidatura ronda os 4 milhões de euros, que chegarão à associação como resultado da união de esforços da “primeira associação intermunicipal do país a ter como objectivo a recuperação de um rio.” Esse valor proveniente de fundos europeus para gastar até 2023 já terá sido garantido por Matos Fernandes.

Com um pacote de 50 milhões de euros provenientes de fundos europeus para gastar até 2023 na reabilitação da rede hidrográfica de todo o país, Matos Fernandes garantiu que quatro milhões de euros serão afectos ao corredor do rio Leça.

A obra de reabilitação e valorização das margens do rio Leça e principais afluentes já está em marcha. Em Agosto do ano passado, já se via o resultado do início da primeira fase da intervenção, ainda em curso, ao longo de um percurso de cerca de 7 quilómetros, entre o Parque das Varas, junto ao Mosteiro de Leça do Balio e ao centro empresarial onde foi inaugurada a sede da associação intermunicipal, e a Ponte de Moreira. Neste troço abria-se nessa altura caminho para a construção de ciclovias e percursos pedestres ao longo das margens do rio.

A empreitada seguirá até à foz do rio, já no centro de Matosinhos. Quando a obra estiver concluída na totalidade, existirão ao longo desse percurso de 18 quilómetros mais quatro pontes para peões e para ciclistas. 

O rio Leça começa aos poucos a ressurgir como parte destacada da paisagem natural da zona onde se insere, que ao longo de décadas foi local usado para depósito de lixo. Actualmente, em vários pontos das margens, ainda continuam a ser feitas descargas de resíduos poluentes. Esta circunstância levou a autarquia a considerar fazer um esforço no sentido de apertar o cerco aos responsáveis pelas descargas e identificá-los. Responsável por esse levantamento ficará a GNR, que também estará atenta ao depósito de entulho de obras e desperdício doméstico que muitas vezes se acumula nas margens. Sendo já visíveis as melhorias realizadas, longe ainda estará o regresso aos banhos nas águas de um rio que já fez parte de uma estância balnear com o seu epicentro em Matosinhos. 

A primeira fase do projecto estava prevista terminar ainda este ano. O lanço seguinte está programado avançar entre a Ponte de Moreira e a Ponte do Carro. Só depois se concluirá o projecto até à foz do Leça.