Negro Púrpura: a história alucinante do esporão-do-centeio

Um documentário galego retrata sete décadas de uma quase esquecida corrida ao “ouro negro” na Galiza e no Norte de Portugal. Um relato, por vezes delirante, da febre do fungo do centeio cobiçado pelas farmacêuticas internacionais e de como um grão-de-corvo de Portugal acabaria na fórmula do primeiro LSD fabricado num laboratório suíço.

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A colheita do pequeno fungo violáceo, Claviceps purpurea, também conhecido como cravagem ou grão-de-corvo levava nos anos 50 muitos agricultores a descuidar o centeio só para recolher aquele inesperado tesouro

Com o que lhe pagaram naquele dia de feira por um quilo de esporão-do-centeio pôde, pela primeira vez na vida, abrir uma conta no banco — “um quilo, mil pesetas”, um valor equivalente a meses de trabalho no campo. O episódio contado por uma das protagonistas do documentário Negro Púrpura, estreado no final de Setembro e assinado pela dupla galega Sabela Iglesias/Adriana Villanueva, ilustra um capítulo quase esquecido de mais de meio século em que a Galiza e a zona fronteiriça do Norte de Portugal foram tomadas pela febre do “ouro negro”.

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Com o que lhe pagaram naquele dia de feira por um quilo de esporão-do-centeio pôde, pela primeira vez na vida, abrir uma conta no banco — “um quilo, mil pesetas”, um valor equivalente a meses de trabalho no campo. O episódio contado por uma das protagonistas do documentário Negro Púrpura, estreado no final de Setembro e assinado pela dupla galega Sabela Iglesias/Adriana Villanueva, ilustra um capítulo quase esquecido de mais de meio século em que a Galiza e a zona fronteiriça do Norte de Portugal foram tomadas pela febre do “ouro negro”.