Manual para curar soluços a um gato
Quem não desesperou já por estar com soluços? Aqui, a vítima… é um gato que comeu demasiado. Por uma vez, um cão foi o seu melhor amigo.
Um gato está com soluços e nada há que os faça parar. Pede ajuda ao amigo pássaro, que, optimista, lhe diz: “Não te preocupes. Tenho muitos amigos, de certeza que vamos encontrar um que te possa ajudar.”
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Um gato está com soluços e nada há que os faça parar. Pede ajuda ao amigo pássaro, que, optimista, lhe diz: “Não te preocupes. Tenho muitos amigos, de certeza que vamos encontrar um que te possa ajudar.”
A rã sugeriu que se sentasse “de cócoras”, o morcego aconselhou-o a “beber um copo de água de cabeça para baixo”, o peixe disse-lhe que o melhor era “parar a respiração e contar até 20” e o macaco não tinha dúvidas, “a melhor forma de tirar soluços é rir muito”. Tudo isto o gato tentou, sem sucesso. Seria o cão a resolver o problema, depois de lhe pregar um susto valente.
Sobre este livro, a editora Adélia Carvalho contou ao PÚBLICO: “Encantou-nos pela sua narrativa simples e bem-humorada, quer a nível do texto quer a nível das ilustrações. Quem é que nunca teve soluços? E quantas coisas já tentou fazer para que os soluços terminassem? É um livro para pequenos leitores, mas que serve muito bem a qualquer idade.”
A filha Nara como inspiração
A Tcharan já editou outro título de David Pintor, O Grande Chefe (2012), “sabemos muito bem do valor deste autor”. Estou com Soluços! foi inspirado na sua filha e resultou de um convite de uma editora coreana. O ilustrador revelou à editora que, “agora, ao ser pai, tem experimentado a construção de narrativas diferentes, sente vontade de ilustrar ideias suas que dão pequenas narrativas”.
Vai registando os diálogos com a sua pequena Nara e traduzindo em histórias momentos na sua companhia. “Admite que tem sido um exercício interessante, dado que até aqui apenas ilustrava textos de outros autores. Neste processo, sente-se mais livre para ilustrar as suas próprias palavras, que já estão imaginadas, mas que as volta a imaginar, ao dar-lhe um corpo”, descreve Adélia Carvalho, que apresentou o livro no primeiro fim-de-semana do Braga em Risco – Encontro de Ilustração, com a presença do autor e a participação da ilustradora e designer Marta Madureira.
Designado habitualmente como humorista gráfico, nasceu na Corunha, em 1975. Integra a dupla Pinto&Chinto desde 1993. Em 2011, foi finalista dos CJ Picture Book Awards e já por três vezes seleccionado para a lista The White Ravens. Teve trabalhos expostos na Bienal de Ilustração de Bratislava e na Feira do Livro Infantil de Bolonha. Recebeu, entre outros, o prémio da Society of News Design, o Prémio Pura y Dora Vázquez de ilustração, o Prémio Internacional Clermont-Ferrand para cadernos de viagem e o Prémio de Ilustrador do Ano Città del Sole.
Na Caminho, ilustrou o livro O Alfabeto Nojento, com texto de David Machado, e mais recentemente A Grande Aventura de Nara. Na Kalandraka, assina o livro Lisboa.
No Edifício do Castelo, em Braga, podem ser vistos trabalhos do artista espanhol até dia 21 de Novembro. Uma retrospectiva com o título David Pintor: Ilustrando o Mundo e que reúne uma selecção de 15 imagens de projectos realizados nos últimos cinco anos para o mercado editorial.
Cores vivas, traço rápido e figuras bem-humoradas convidam o leitor a deter-se nas diferentes narrativas visuais. Sem soluços.