Râguebi: Portugal deu forte réplica ao Japão em jogo particular

Selecção nacional discutiu o resultado até final, em Coirmbra, frente ao 10.º classificado do ranking.

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A selecção portuguesa de râguebi ficou muito perto de fazer história e surpreender o Japão, 10.º classificado do ranking mundial, mas perdeu por 25-38, uma diferença de 13 pontos que não traduz fielmente os acontecimentos.

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A selecção portuguesa de râguebi ficou muito perto de fazer história e surpreender o Japão, 10.º classificado do ranking mundial, mas perdeu por 25-38, uma diferença de 13 pontos que não traduz fielmente os acontecimentos.

É que quando Ryohei Yamanaka (80+1) fez o quarto ensaio dos nipónicos, já em período de compensação, Portugal estava como “peixe na água” a procurar um ensaio que permitisse inverter a desvantagem, que era de apenas seis pontos quando o cronómetro ultrapassou os 80 minutos.

Empurrados por “perto de 11 mil espectadores”, anunciados na instalação sonora do Estádio Cidade de Coimbra, os “lobos” jogavam rápido e à mão, à procura de um espaço na defesa contrária que permitisse surpreender o mundo do râguebi, como os próprios japoneses fizeram à África do Sul no Mundial2015, quando ainda não pertenciam ao “Tier 1”.

Porém, um erro num passe junto à linha permitiu ao defesa japonês interceptar a bola e correr cerca de 60 metros para desferir um duro golpe na ambição dos “lobos”, que saíram de Coimbra ovacionados pela réplica dada a uma das melhores selecções mundiais.

O Japão, como se esperava, teve o domínio territorial desde os primeiros instantes e, logo aos 04 minutos, Siosaia Fifita fez o primeiro ensaio da noite, mas a selecção portuguesa não acusou o golpe e continuou a seguir o seu plano de jogo, que passava por imprimir velocidade, à mão, nas poucas vezes em que tinha a posse de bola.

Desta forma, foi conquistando algumas faltas e Samuel Marques (17) reduziu para 3-5, num pontapé de penalidade, cinco minutos antes de cobrar de forma rápida outra penalidade, saindo a jogar à mão, para oferecer o ensaio a José Lima (23), que colocava Portugal na frente do marcador.

O jogo passou, então, a discutir-se com pontapés aos postes, com o Japão a passar para a frente com pontapés de Rikiya Matsuda (27, 32 e 26) e Samuel Marques (38) reduziu para 11-14, mas a última “palavra” do primeiro tempo pertenceu a Shogo Nakano (40), que aproveitou uma brecha na defesa lusa para fazer o segundo ensaio do Japão e levar a equipa para o descanso a vencer por 11-21.

Após o descanso, Mike Tadjer (45) fez um ensaio de “maul” dinâmico, outrora uma dificuldade dos “lobos”, hoje uma arma várias vezes usada para tentar chegar ao ensaio frente ao Japão, mas Kazuki Himno (53), com um toque de meta transformado por Rikiya Matsuda, repôs as distâncias em 18-28, após uma perda de bola num alinhamento de introdução portuguesa.

Depois, João Granate (60), num “pick and go” após mais um “maul” dinâmico nos últimos cinco metros japoneses, recolocou Portugal “dentro” do resultado (25-28 após transformação de Samuel Marques), e nem uma penalidade de Matsuda (63) tirou os “lobos” dessa discussão.

Um cartão amarelo mostrado a Isilei Nakjima (76) por persistência no recurso à falta deixou os japoneses em inferioridade numérica para os últimos minutos e entusiasmou a equipa orientada por Patrice Lagisquet para partir para cima do adversário, em busca de uma vitória que Portugal fez por merecer, mas que acabou por não chegar.