Neonazi Mário Machado sai em liberdade com obrigação de apresentações periódicas
Segundo o advogado, o único crime pelo qual Mário Machado está indiciado pelo Ministério Público é posse ilegal de arma.
O antigo dirigente de organizações neonazis Mário Machado saiu esta sexta-feira em liberdade do Tribunal de Instrução Criminal de Lisboa, tendo como medida de coação a obrigação de apresentações quinzenais às autoridades do seu local de residência.
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O antigo dirigente de organizações neonazis Mário Machado saiu esta sexta-feira em liberdade do Tribunal de Instrução Criminal de Lisboa, tendo como medida de coação a obrigação de apresentações quinzenais às autoridades do seu local de residência.
Segundo adiantou aos jornalistas à saída do tribunal o advogado do nacionalista, José Manuel Castro, o único crime pelo qual Mário Machado está indiciado pelo Ministério Público é a posse ilegal de arma.
Mário Machado foi detido na terça-feira em flagrante delito, em casa, por posse ilegal de arma, disse à agência Lusa fonte policial.
A mesma fonte acrescentou que a detenção aconteceu durante uma busca realizada à casa de Mário Machado, em Santo António dos Cavaleiros (Loures), no âmbito de uma investigação da Polícia Judiciária por suspeitas de crimes de ódio e incitamento à violência através de comentários feitos na internet.
Mário Machado, 44 anos, esteve ligado a diversas organizações de extrema-direita e neonazis, como o Movimento de Acção Nacional, a Irmandade Ariana e o Portugal Hammerskins, a ramificação portuguesa da Hammerskin Nation, um dos principais grupos neonazis e supremacistas brancos dos Estados Unidos da América. Fundou também os movimentos Frente Nacional e Nova Ordem Social (NOS), que liderou de 2014 até 2019.
O nacionalista tem também um registo criminal marcado por várias condenações, entre as quais a sentença, em 1997, a quatro anos e três meses de prisão pelo envolvimento na morte, por um grupo de skinheads, do português de origem cabo-verdiana Alcino Monteiro na noite de 10 de Junho de 1995.
Tem ainda uma outra condenação de 10 anos, fixada em 2012 por cúmulo jurídico na sequência de condenações a prisão efectiva em três processos, que incluíam os crimes de discriminação racial, ofensa à integridade física qualificada, difamação, ameaça e coação a uma procuradora da República e posse de arma de fogo.