7 dias, 7 fugas: castanhas, míscaros e outros comeres com poesia
Marvão entra em festa com a Feira da Castanha, Mértola parte à descoberta das aves, Vila Real põe o Festival Internacional de Imagem da Natureza em cena, Oeiras estreia a Bienal de Poesia, Loulé manda Comeres D’Aqui, Santarém serve o Festival Nacional de Gastronomia e o Fundão enche a cesta com míscaros.
Sábado, 13: abençoada castanha
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Sábado, 13: abençoada castanha
A castanha de Marvão, produto de denominação de origem protegida, invade a vila alentejana nos dias 13 e 14 de Novembro, cortesia da 37.ª Festa do Castanheiro - Feira da Castanha. Mesmo com algumas limitações, é o regresso ao formato tradicional, depois de uma versão, em 2020, redesenhada para o contexto pandémico. A bênção da castanha no Largo do Terreiro, às 10h de sábado, abre um fim-de-semana recheado de grandes magustos, show cookings, provas de vinho, animação de rua, uma conferência e, claro, um mercado de produtos locais a que não faltam enchidos, frutos secos, queijos, vinhos, licores, azeites, compotas, artesanato e outras produções da terra (o programa detalhado está disponível aqui). A feira funciona das 10h e as 18h. Para entrar, paga-se 1€, que reverte para os Bombeiros Voluntários de Marvão. Outra forma de celebrar o fruto do Outono é participar na Quinzena Gastronómica da Castanha, que está a decorrer entre 6 e 21 de Novembro. Quinze restaurantes do concelho investem em ementas especiais, em que as castanhas vêm com pato flamejado, bifinhos de atum, sopa de cação ou o conventual tecolameco, entre outras iguarias.
Domingo, 14: entre aves e linces
Anilhagem científica, passeios de observação, workshops e lançamento do guia Where to Watch Birds in Southern Portugal, da autoria de João Jara, Hélder Costa e Ray Tipper. São estas as propostas do Fim-de-Semana das Aves, promovido pela Portugal Wildscapes nos dias 13 e 14 de Novembro. O convite é para partir à descoberta das aves (e, quem sabe, encontrar um lince-ibérico) que habitam o Vale do Guadiana, em Mértola. A iniciativa marca o arranque das celebrações dos 26 anos do Parque Natural do Vale do Guadiana, assinalados a 18 de Novembro. As actividades têm início às 8h30 e são de participação gratuita, mas sujeita a inscrição aqui.
Segunda, 15: FIIN em mutação
Sensibilizar para a protecção do património natural em três frentes artísticas (cinema, fotografia e desenho), sem soar a um agoiro ou ao “apocalipse ao som das trombetas”. É esta a missão do FIIN - Festival Internacional de Imagem da Natureza, que torna a marcar o calendário de Vila Real, promovendo a reflexão sobre a biodiversidade e o meio ambiente. Para a quinta edição, que acontece entre 15 e 21 de Novembro no teatro da terra, estão alinhadas sessões de curtas-metragens (de 15 a 19, às 21h; e 21, às 15h30, direccionada a famílias), exposições – entre elas, a do fotógrafo Luís Romba, Entre Serras - Uma Visão sobre o Património Natural, patente até ao final do ano –, e a Gala FIIN’ALL, que tal como na edição passada, terá palco no digital. A entrada é gratuita; o programa completo está aqui.
Terça, 16: poesia escrita, falada, cantada…
Conversas-concerto de Nando Reis, Simone de Oliveira, Miguel Araújo, Samuel Úria, António Zambujo e outros artistas no Templo da Poesia. Capicua, Sérgio Godinho e Karina Buhr em torno da canção de protesto. Tom Konyves homenageado. Jorge Valdés Díaz-Vélez a conduzir uma masterclass. Fernando Ribeiro e Miguel Fonseca a darem um Sermão às Vespas no Edifício Atrium. O nobelizado Mario Vargas Llosa a falar por videoconferência com alunos. Até há “poesia burlesca” nos Nirvana Studios. Tudo isto e muito mais acontece na edição de estreia da Bienal de Poesia de Oeiras, que surge para enaltecer “a obra poética, nas suas mais variadas formas: da tradição popular à produção erudita, da transmissão oral à editada em papel, da palavra cantada à palavra filmada”. Dedicada ao tema Poder e Democracia, soma mais de uma centena de convidados. Exposições, workshops e venda de livros também fazem parte da iniciativa, integrada na candidatura de Oeiras a Capital Europeia da Cultura 2027. Realiza-se entre 16 e 21 de Novembro, com epicentro no Parque dos Poetas, e a entrada é gratuita, mediante inscrição. A reserva de lugar pode ser feita aqui, onde também se encontra o programa detalhado.
Quarta, 17: Comeres D’Aqui
Azeitonas, amêndoas, alfarrobas, figos, bolotas, leguminosas, uvas, romãs, medronho, mel, citrinos, azeite, compotas, plantas aromáticas e aguardentes são alguns dos produtos na montra de Comeres D’Aqui - Quinzena Gastronómica do Concelho de Loulé. Decorre de 12 a 28 de Novembro, pelas mãos da autarquia, e traz na cesta não só a promoção das iguarias da terra per si, mas também a sua integração nas ementas de duas dezenas de restaurantes e pastelarias locais, valorizando assim os circuitos de proximidade e a sustentabilidade da produção. O mapa de estabelecimentos e algumas das receitas podem ser consultados aqui.
Quinta, 18: Portugal à mesa
Há quem diga que este é o pai dos festivais. É o maior evento gastronómico do país e tem por hábito convocar todas as regiões (ilhas incluídas). Para celebrar os redondos 40 anos, o Festival Nacional de Gastronomia de Santarém promete uma festa à altura, com mesa farta e um abraço reforçado aos comensais pela ausência de 2020. De 18 a 28 de Novembro, os caminhos do palato apontam para a Casa do Campino, onde além das tasquinhas típicas, há artesanato, debates, exposições, conferências, show cookings, concursos, livros, vinhos e espectáculos – entre eles, os de Black Mamba (dia 18), João Pedro Pais (20), Bárbara Tinoco (21), Jessica Pina (27) e Fogo Lento (28). Na ementa estão ainda cinco jantares assinados por chefs de renome: Rodrigo Castelo (dia 18), Vasco Coelho Santos e Inga Martin (19), Ljubomir Stanisic (20), Noélia Jerónimo e Miguel Gameiro (26) e Chakall (27). As portas estão abertas das 12h às 24h, excepto sextas e sábados (até às 2h), e no último dia (com encerramento às 22h). A entrada custa 2,50€, sendo gratuita de segunda a sexta, até às 18h. Mais informações aqui.
Sexta, 19: Míscaros na cesta
Pátria de boas cerejas, o Fundão é também terra fértil em cogumelos. E, graças ao Míscaros, há mais de uma década que é ponto de encontro de colectores, apreciadores, cozinheiros, provadores e curiosos, que já se habituaram a rumar à aldeia do Alcaide para participar no festival. Se, no ano passado, ficaram a vê-lo pelos ecrãs, agora têm ordem para voltar a colher e provar em presença. Mais: são acompanhados por Alice no Mundo dos Cogumelos – o tema que serve, este ano, a celebração do património fúngico. A degustação faz-se entre 19 e 21 de Novembro, em mais de cinco dezenas de tasquinhas típicas, que se digladiam pelo prémio de melhor prato. O festival oferece também instruções de confecção dadas por chefs em show cookings – a este propósito, sublinhe-se a homenagem que vai prestar a Joe Best –, bem como workshops, palestras, exposições e animação pelas ruas enfeitadas da aldeia. Convida ainda a percorrer as encostas da Serra da Gardunha em passeios micológicos, de cesta na mão e a aprender com especialistas e guias locais (há até um “passeio cãogumelo” para levar os amigos patudos). O ponto alto do convívio é o já habitual grande almoço domingueiro, com arroz de cogumelos (por 1€ que reverte, em parte, para uma causa social). Os pequenos apreciadores não são esquecidos: à espera deles está o espaço Miscolândia, onde a diversão vai de mãos dadas com a sensibilização ambiental. O programa completo do Míscaros pode ser consultado aqui.