BdP identifica 24 freguesias com acesso limitado a serviços bancários e admite necessidade de “reflexão”

Numa altura de forte redução da rede de balcões e de crescente digitalização dos serviços bancários, o supervisor reconhece que disponibilização de dinheiro vivo continua a ser muito importante.

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Redução de balcões implica também uma redução de caixas automáticas Miguel Manso

O Banco de Portugal (BdP) fez um novo levantamento sobre a distribuição de notas e moedas a nível nacional, através da disponibilização da rede de caixas automáticos e de agências bancárias e concluiu que permanecia “muito ampla em 2020”. Ainda assim, o supervisor identificou uma oferta reduzida em 24 freguesias (de um total de 3092), a maioria do distrito de Bragança, e admite que “é importante iniciar uma reflexão a médio prazo” sobre eventuais “falhas de mercado”.

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O Banco de Portugal (BdP) fez um novo levantamento sobre a distribuição de notas e moedas a nível nacional, através da disponibilização da rede de caixas automáticos e de agências bancárias e concluiu que permanecia “muito ampla em 2020”. Ainda assim, o supervisor identificou uma oferta reduzida em 24 freguesias (de um total de 3092), a maioria do distrito de Bragança, e admite que “é importante iniciar uma reflexão a médio prazo” sobre eventuais “falhas de mercado”.

As freguesias em causa pertencem aos distritos de Beja (5 freguesias), Bragança (16), Castelo Branco (1), Faro (1) e Vila Real (1), onde o acesso a balcões ou caixas automáticos ficam a mais de 15 quilómetros de distância, ou, “distando mais de 10 quilómetros, pertenciam município em que cada caixa automático servia, em média, mais de 100 quilómetros quadrados de território”.

Tendo em conta que “o numerário continua a ter um papel muito relevante em Portugal”, a radiografia à oferta deste serviço bancário leva o supervisor a admitir que apesar de a cobertura de caixas automáticos e balcões continuar a ser ampla, “é importante iniciar uma reflexão a médio prazo sobre os mecanismos destinados a mitigar adversidades decorrentes de uma eventual contracção da rede e sobre o posicionamento dos stakeholders perante futuras falhas de mercado”.

A instituição liderada por Mário Centeno promete continuar “a monitorizar a evolução da rede e, juntamente com outras partes envolvidas, tomará medidas para fazer face aos desafios já identificados, de modo a preservar a liberdade de escolha entre instrumentos de pagamento e a inclusão financeira”.

O estudo publicado esta sexta-feira, que actualiza dados de 2019, o BdP conclui que “as percentagens da população com um ponto de acesso a menos de 5, de 10 e de 15 quilómetros de distância da freguesia de residência não se alteraram. Assim, 98% da população dispunha de um ponto de acesso a menos de 5 quilómetros de distância da freguesia de residência; 99,8% a menos de 10 quilómetros, e 99,98% a menos de 15 quilómetros”.

A maior distância, em linha recta, entre uma freguesia e o ponto de acesso mais próximo continuava a ser, em 2020, de 17 quilómetros.

Ainda assim, o supervisor do sector bancário Portugal “identifica sete municípios onde cada caixa automático servia, em média, mais de 100 quilómetros quadrados de território”, é o caso de Mogadouro e Vinhais (Bragança), de Idanha-a-Nova (Castelo Branco), de Mértola e Ourique (Beja), de Alandroal (Évora) e de Alcoutim (Faro).